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Sorvete de Spritz

04/09/2018

Escrito por | Written by Bruno



Há receitas que deviam ser proibidas.

Dito isto, ainda bem que não o são, porque seria uma pena não poder provar este sorvete. Mesmo sendo, provavelmente, um dos sorvetes mais perigosos do mundo. Já aqui falei do Spritz - um cocktail nascido em Veneza e ideal para os dias quentes, principalmente se for bebido numa esplanada de um bar veneziano que também sirva cicchetti, os pratinhos de petiscos tradicionais da região. Em Veneza, o Spritz faz-se tradicionalmente combinando vinho branco (embora outras regiões usem normalmente prosecco) com Aperol (um vinho aperitivo, doce e amargo, com um sabor dominante a laranja) ou Campari e um nadinha de água com gás. Só por si é óptimo, mas transformado em sorvete - principalmente nesta versão -, transcende-se.

Esta receita não é minha. Retirei-a da nova edição do “The Perfect Scoop”, do David Lebovitz, de que já aqui falei noutras ocasiões. A edição anterior transformou-se rapidamente na minha Bíblia dos Gelados, a que recorro várias vezes para tirar ideias, inspirações, ou para seguir directamente algumas das suas receitas. Assim, quando soube que estava para sair uma nova edição, com algumas novas receitas, outras revisões e um novo visual, não hesitei. Este sorveete é uma das novidades do livro.

O David Lebovitz usa aqui a combinação clássica dos ingredientes do Spritz (versão Aperol e Prosecco), mas junta-lhe um outro que faz diferença - a toranja. Sendo basicamente uma espécie de laranja amarga, combina muito bem com o Aperol. E sendo uma toranja rosa, ajuda também à cor do sorvete. E que tal é que ele fica? Fica óptimo. Perigosamente óptimo, diga-se, porque apetece comer só mais um bocadinho e só mais outro e depois começamos a notar a cabeça a andar à roda. É que, parecendo que não, o álcool está lá todo - do Prosecco e do Aperol. Por isso, sim, é um dos sorvetes mais perigosos do mundo. Mas também, provavelmente, um dos melhores!


Spritz

08/06/2018

Escrito por | Written by Bruno


Para acabar a semana de Veneza, era imprescindível publicar a receita do Spritz. Veneza pode ser o berço do Bellini, que nasceu no Harry’s Bar pela mão de Giuseppe Cipriani, mas foi o Spritz que conquistou a cidade desde o séc.XIX. É um descendente do Spritzer austríaco (feito com vinho branco e água com gás), trazido durante o domínio da cidade pela Casa de Habsburgo, mas é a adição de um aperitivo bitter - geralmente o Aperol ou o Campari, mas também o Cynar ou o Select (este último também nascido em Veneza) - que o torna interessante e refrescante.

Por toda a cidade, especialmente junto aos bacari ou em esplanadas de cafés, é comum encontrar pessoas de Spritz na mão, principalmente quando faz calor. Se feito com Aperol, o teor alcoólico é mais baixo, o que ajuda a poder pedir mais do que um, mas ainda assim é preciso ter algum cuidado, que o Spritz engana. É refrescante e fácil de beber, o que ajuda a distracções…

A escolha entre Aperol ou Campari depende do gosto de cada um - o Aperol é mais doce, menos alcoólico e com um sabor a laranja mais pronunciado; o Campari é mais forte e mais amargo. Podem sempre fazer um de cada e tirar teimas! Escolham um branco simples - se quiserem ser autênticos escolham um da região do Veneto, mas não é preciso ser tão fundamentalista. E não exagerem na água - a ideia não é aguar o cocktail, mas sim só dar um pequeno toque de gás.

Para enfeitar - meia rodela de laranja ou limão e, se se quiserem dar a esse “luxo”, uma azeitona verde grande ou duas pequenas. Não é preciso mais nada!