Victoria Sponge de morangos e chocolate branco

19/06/2018

Escrito por | Written by Bruno



Já há alguns meses que vou seguindo com curiosidade o "Sweet World" - o desafio mensal que a Susana do Basta Cheio e a Lia do Lemon & Vanilla lançaram há mais de dois anos. A ideia é simples - todos os meses, a Susana e a Lia indicam a receita para esse mês, que é sempre um doce que faça parte da tradição de um dado país. Quem quiser participar, pega na receita e segue-a, adapta-a, recria-a, como desejar, desde que mantenha a base tradicional do doce (com maior ou menor criatividade). No final, a Susana e a Lia partilham um post com links para toda a gente que participou. Não há prémios e toda a gente é vencedora - a ideia é a partilha e o prazer de participar e descobrir novas receitas.

Até agora, nunca tinha participado, mas desta vez achei que era inevitável - a receita deste mês é o Victoria Sponge Cake e não há nada mais tradicionalmente britânico. Não é um bolo que me interesse particularmente (não gosto muito de "bolos de chá" que são muitas vezes demasiado secos para mim), mas quando encontrei a versão que o Yotam Ottolenghi e a Helen Goh incluiram no seu "Sweet" achei que era suficientemente interessante para ficar curioso.

Esta versão não é feita com a tradicional massa de Victoria Sponge, mas sim com uma genoise. A diferença principal é que a genoise não leva fermento - cresce devido ao ar que é misturado com os ovos ao batê-los, primeiro sobre calor, e depois com a batedeira. O resultado é uma massa leve e muito saborosa, ideal para este tipo de bolo. O recheio ajuda - os morangos e o chocolate branco humedecem a massa, que absorve o seu sabor e se torna ainda melhor. O resultado é um victoria sponge que, embora não o seja, não deixa de o ser. Um bolo ideal para comer à fatia, idealmente com uma boa chávena de chá ao lado!


Spritz

08/06/2018

Escrito por | Written by Bruno


Para acabar a semana de Veneza, era imprescindível publicar a receita do Spritz. Veneza pode ser o berço do Bellini, que nasceu no Harry’s Bar pela mão de Giuseppe Cipriani, mas foi o Spritz que conquistou a cidade desde o séc.XIX. É um descendente do Spritzer austríaco (feito com vinho branco e água com gás), trazido durante o domínio da cidade pela Casa de Habsburgo, mas é a adição de um aperitivo bitter - geralmente o Aperol ou o Campari, mas também o Cynar ou o Select (este último também nascido em Veneza) - que o torna interessante e refrescante.

Por toda a cidade, especialmente junto aos bacari ou em esplanadas de cafés, é comum encontrar pessoas de Spritz na mão, principalmente quando faz calor. Se feito com Aperol, o teor alcoólico é mais baixo, o que ajuda a poder pedir mais do que um, mas ainda assim é preciso ter algum cuidado, que o Spritz engana. É refrescante e fácil de beber, o que ajuda a distracções…

A escolha entre Aperol ou Campari depende do gosto de cada um - o Aperol é mais doce, menos alcoólico e com um sabor a laranja mais pronunciado; o Campari é mais forte e mais amargo. Podem sempre fazer um de cada e tirar teimas! Escolham um branco simples - se quiserem ser autênticos escolham um da região do Veneto, mas não é preciso ser tão fundamentalista. E não exagerem na água - a ideia não é aguar o cocktail, mas sim só dar um pequeno toque de gás.

Para enfeitar - meia rodela de laranja ou limão e, se se quiserem dar a esse “luxo”, uma azeitona verde grande ou duas pequenas. Não é preciso mais nada!


Cicchetti de lardo com mel e nozes e de guanciale com queijo de cabra e pesto

06/06/2018

Escrito por | Written by Bruno



Como disse no meu post anterior, esta é a semana de Veneza aqui pelo blog. Tentei recriar a experiência dos cicchetti - pequenas ‘tapas’ venezianas, comidas geralmente ao balcão ou em (poucas) mesas ao ar livre junto aos bacari, os bares que servem estas comidas, em inúmeras variações, acompanhadas com copos de vinho local ou de Spritz.

A ideia dos cicchetti é aproveitar ingredientes locais, em combinações que podem ser muito simples (uma fatia de salame ou presunto sobre o pão) ou mais criativas e elaboradas. Nestes exemplos resolvi aproveitar lardo di Colonnata e guanciale, que trouxe de Veneza, combinando-os com ingredientes que me pareceram complementar bem os respectivos sabores. O lardo é um toucinho produzido na região de Colonnata que usa a gordura das costas do porco, temperada com sal e alecrim e deixada a curar em recipientes de mármore local. Comido em fatias é suave e desfaz-se na boca. Já o guanciale é outro tipo de carne curada, feito com a carne das bochechas do porco - é o ingrediente tradicionalmente usado na carbonara, por exemplo.

Ambos estes ingredientes podem ser difíceis de encontrar, a menos que conheçam um bom importador de ingredientes italianos (sortudos!), mas podem obviamente ser substituídos por outros tipos de charcutaria curada - ou qualquer outro ingrediente que queiram usar. A melhor parte dos cicchetti é serem uma óptima base para improvisar e inventar combinações, por isso vejam esta receita mais como uma inspiração do que propriamente algo para seguir religiosamente.


Os dias de Veneza

04/06/2018

Escrito por | Written by Bruno

A semana passada houve interrupção na escola dos rapazes, e resolvemos aproveitar para tirar uma semana de férias. Escolhemos Veneza por algumas razões - é uma cidade tão diferente de todas as outras que seria fácil encantar os miúdos; nós, os adultos, já a conhecíamos, o que nos dava a oportunidade de a explorar de forma mais descontraída, sem aquela pressão turística da “primeira vez”; finalmente, e para o que nos interessa mais neste blog, é uma cidade italiana, rica em tradições gastronómicas.