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Barriga de porco com maçã, molho de soja e gengibre | Pork belly with apple, soy sauce and ginger

31/10/2019

Escrito por | Written by Bruno



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Todas as semanas, aos sábados, o Guardian publica o Feast, um suplemento de cozinha com alguns colaboradores habituais (Yotam Ottolenghi, Felicity Cloake, Thomasina Miers…) e outros convidados, com várias receitas e críticas gastronómicas. Já faz parte da minha rotina folheá-lo de manhã em busca de ideias para as refeições do fim-de-semana.

Numa destas últimas semanas, Ottolenghi publicou três receitas usando maçãs como ingrediente. Esta chamou-me a atenção - como não é difícil de perceber olhando para a lista de receitas aqui no blog, gosto muito de barriga de porco; esta prometia sabores interessantes, com o gengibre, o anis-estralado e o molho de soja a dar um ar oriental que me intrigou. Ottolenghi escreve que foi inspirado pelo adobo de porco Filipino, no qual a carne é marinada e cozinhada num molho à base de molho de soja e vinagre. Esta receita é diferente, mas a soja está lá, bem como vinagre de sidra, que combina bem com o sumo de maçã - e as próprias maçãs, que dão um acompanhamento perfeito à carne.

Asas de frango assadas com batata doce | Roast chicken wings with sweet potato

29/10/2019

Escrito por | Written by Bruno



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Já várias vezes aqui elogiei receitas de assados. Há qualquer coisa de quase mágico em encher uma assadeira de ingredientes crus, colocá-la num forno quente, ir fazer qualquer coisa - ler um livro, ouvir música, beber um vinho, talvez todas estas ao mesmo tempo - e, passado algum tempo, voltar a abrir o forno e descobrir que os ingredientes se transformaram numa refeição completa, cheia de aromas e sabores e pronta a levar à mesa.

Não é difícil perceber porque me interessei pelo livro “The Roasting Tin - Simple One Dish Dinners”, de Rukmini Iyer. A premissa do livro é simples - refeições que podem ser feitas no forno, usando apenas uma assadeira. Iyer dividiu o livro em vários capítulos, desde carne e peixe a comida vegetariana ou sobremesas, e em todos eles há óptimas ideias de receitas, mas, mais importante ainda, bases para criar outras receitas - que ingredientes combinar, que tipo de sabores procurar, que tempos de assadura. É um belo livro para usar mais o forno - e Iyer já tem mais uns quantos publicados nesta série.

A receita de hoje foi adaptada de lá. É fácil de fazer e a marinada (pimentão-doce, açúcar, azeite, lima, malagueta) dá um sabor óptimo ao frango e à batata-doce, que aqui fica ainda melhor que batata normal. Experimentem - e aproveitem bem a hora que vão passar fora da cozinha à espera que o forno faça a sua magia!

Frango assado com manga, feijão e arroz | Roast chicken with mango, kidney beans and rice

04/07/2019

Escrito por | Written by Bruno



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Há uns meses, a revista BBC Good Food publicou um suplemento com 150 receitas de frango - sim, 150! A lista é enorme e variada e inclui quase todos os tipos de receitas que possam imaginar (com excepção de sobremesas - suponho que a BBC ainda não conheça o manjar branco de Coimbra). Hoje trago-vos uma dessas receitas, que já fizemos várias vezes e corre sempre bem.

É um daqueles assados de forno práticos e simples de fazer - simplificando um pouco, a ideia é juntar os ingredientes numa assadeira, levar ao forno e comer. Enfim, não é assim tão simples, mas vocês percebem a ideia.

Os sabores são muito interessantes - o frango é inicialmente marinado em cebolinha, gengibre, alho, coentro, tomilho, lima e pimenta-da-Jamaica, que lhe dá um sabor complexo. Vai depois ao forno com o arroz (que coze no forno, junto com o resto), os feijões e a manga. Termina-se com um pouco de chutney de manga, para dar o toque final. Escolham o chutney que preferirem, mais ou menos doce, mais ou menos picante, conforme o vosso gosto. Se não arranjarem chutney, não se preocupem - a receita funciona bem sem ele. Ou, em alternativa, usem um doce de manga que não seja demasiado doce.

Arroz de entrecosto em vinha d'alhos | Rice with roast pork ribs in wine and garlic

19/06/2019

Escrito por | Written by Bruno



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Viver num país diferente, numa cidade com acesso fácil a ingredientes a que não estava habituado (não só de produção local, mas também de muitas outras partes do mundo), torna fácil descobrir receitas novas, outras formas de cozinhar e sabores desconhecidos. Mas, às vezes, o que apetece é algo assim - comida familiar, reconfortante, com sabores "nossos" e sem grandes acrescentos.

Encontrei esta receita em tempos, no Hoje Para Jantar, o blog da Vera Ferraz. Fiquei interessado e guardei o link para experimentar mais tarde. Acabou por demorar mais do que estava à espera (descobri a receita há mais de um ano, em Janeiro de 2018), mas ainda bem que a guardei, porque a receita saiu muito bem, apesar de uma diferença considerável: é difícil encontrar arroz carolino em Londres (não é impossível, mas não tenho nenhuma loja de produtos portugueses nas redondezas, e não planeei a receita com suficiente antecedência), por isso usei arroz agulha. Ainda assim, ficou um prato muito saboroso e que cumpriu exactamente o que prometia - comida boa, simples, de conforto. Lá está - comida "nossa".

Frango assado com ervilhas secas, laranja e alho

25/01/2019

Escrito por | Written by Bruno



Esta receita saiu a semana passada na coluna semanal de Yotam Ottolenghi no suplemento de fim-de-semana do Guardian. Assim que vi a fotografia fiquei com vontade de experimentar - de tal maneira que nem sequer esperei e fiz este mesmo prato para o almoço de domingo.

Nem sei bem como vos descrever este prato. É uma maravilha - é uma daquelas receitas em que basta misturar tudo e levar ao forno. Nada mais simples - mas depois prova-se e o sabor rebenta-nos na boca, com o alho a esconder-se por entre as ervilhas, a laranja a salpicar o frango, e a malagueta a aparecer de repente por entre tudo o resto, para nos apanhar de surpresa entre garfadas.

Vou decididamente fazer isto várias vezes porque é um daqueles pratos cujo sabor fica marcado cá dentro e deixa-nos imediatamente a salivar quando pensamos nele.

A sério, experimentem!

Cassoulet rápido

10/01/2019

Escrito por | Written by Bruno



Esta é uma receita que já faço há algum tempo (já a tinha publicado há quase 7 anos no Cozinha com Tomates), mas que estava esquecida. Há dias lembrei-me dela, voltei a fazê-la e acho que não vou voltar a esquecer-me tão cedo, porque o resultado é muito bom - ainda mais agora que o frio começa a apertar aqui por Londres.

A receita original vem do livro “Jamie’s 30 Minute Meals”, um livro do Jamie Oliver que tenta apresentar refeições completas que se conseguem preparar em 30 minutos. Para tal, Oliver simplifica passos e adapta receitas, mas mantendo o sabor, que é o que importa. Sendo assim, e antes que uma multidão de franceses zangados me bata à porta, deixo já o aviso que este cassoulet (prato tradicional do sul de França) está longe de ser a versão mais genuína. Mas é rápida e fácil de preparar, saborosa e reconfortante. Tudo coisas que sabem bem para uma refeição de fim-de-semana - liguem o aquecimento, ponham uma música a tocar, abram uma boa garrafa de vinho e vão ver que vale a pena!

Fusilli com salsicha

08/01/2019

Escrito por | Written by Bruno



Estou de volta, depois de duas semanas que souberam a muito mais - tem de ser bom sinal, certo? Espero que as vossas Festas tenham sido boas - e que já estejam em forma para enfrentar de novo a cozinha!

Esta receita vem do que é provavelmente o meu livro preferido do Jamie Oliver, o já velhinho "Cook With Jamie". Oliver chama-lhe uma "massa de gajo" ("proper bloke's sausage fusilli"), mas parece-me apropriada para qualquer pessoa - gajo ou gaja.

O sabor vem fundamentalmente da combinação das salsichas (usem as melhores que encontrarem) com o funcho, mais o toque do chilli, o ácido do limão e o refrescante do vinho. Parece simples? E é - mas as coisas boas nunca precisam de ser complicadas!

Almôndegas com limão e raiz de aipo

18/12/2018

Escrito por | Written by Bruno



Mais uma receita do “Simple”, de Yotam Ottlenghi. Sei que já por várias vezes que trouxe aqui receitas deste livro, mas não é por menos - são receitas muito interessantes, muito saborosas, e com vários graus de “simplicidade” que dão muito jeito (receitas com poucos ingredientes, ou rápidas de fazer, ou que basta preparar tudo, levar ao forno e deixar estar, ou…).

Esta receita combina uma série de sabores interessantes - das especiarias, do limão… - e usa um vegetal que é mais comum aqui em Inglaterra que em Portugal - a raiz de aipo. Como o nome indica, é uma variante do aipo cultivada para aproveitar a sua raiz, um bolbo grande e comestível, que é versátil na cozinha e tem um sabor interessante, mais suave do que os mais comuns talos de aipo. Vale a pena tentar encontrá-lo e explorá-lo um pouco.

Como podem ver na foto, servi as almôndegas colocando um pão achatado (um chapati, neste caso) no prato, cobrindo com um pouco de cuscus simples, e, finalmente, servindo as almôndegas por cima, para o cuscus absorver o molho e o sabor do prato. Uma salada fresca seria também uma boa opção.

Frango assado com ervas aromáticas

11/12/2018

Escrito por | Written by Bruno



Tenho andado com pouco tempo para o blog - com o Natal já aqui à porta, esta altura torna-se sempre mais complicada, com várias coisas para deixar fechadas no trabalho antes de entrar em férias. Há sempre outras coisas que ficam para trás e arranjar tempo para escrever receitas tem sido uma delas.

Ainda assim, estou a tentar. Por isso mesmo, aqui fica este frango assado, que fizemos há dias e ficou muito bom. A receita inspira-se numa do Jamie Oliver que encontrei há já alguns anos. Na altura gostei da ideia de introduzir ervas aromáticas sob a pele do frango, para dar sabor à carne durante a assadura. Uso esta técnica desde essa altura, variando as ervas consoante o que tiver à mão.

Sendo assim, é uma receita que podem adaptar como vos apetecer - diferentes misturas de ervas e temperos darão diferentes resultados e dão-vos uma boa margem de manobra para serem criativos. Ou então, se preferirem, sigam a receita tal como está aqui em baixo - garanto que esta combinação dá um bom resultado!

Guisado de frango com lentilhas

29/11/2018

Escrito por | Written by Bruno



A cozinha marroquina (bem como a do resto do Norte de África - e também do Médio Oriente) interessa-me bastante. Infelizmente, é um interesse à distância - nunca visitei Marrocos, por isso resta-me pesquisar receitas e artigos sobre ingredientes e técnicas de cozinha. E experimentar, claro.

Orange Blossom and Honey’, de John Gregory-Smith, é um bom livro que se foca exclusivamente em Marrocos (á aqui o tinha trazido, quando publiquei a receita deste guisado de borrego com amêndoas). Esta é a versão do autor de Rfissa, um prato tradicional marroquino. Tal como disse quando publiquei o guisado de borrego, não consigo avaliar a autenticidade da receita, mas confirmo sem hesitação que o sabor é óptimo.

O frango é guisado numa mistura de cebola, tomate, várias especiarias (incluindo ras-el-hanout, uma mistura de especiarias; geralmente inclui especiarias como cardamomo, canela, craving, paprika, noz-moscada e outras, mas cada fabricante - ou cada loja - faz a sua própria mistura) e caldo, sendo também acrescentadas lentilhas e ervilhas secas (split peas, são ervilhas amarelas secas e cortadas ao meio; aqui são relativamente simples de encontrar, mas se não conseguirem comprá-las, aumentem a quantidade de lentilhas), que absorvem o caldo e todo o sabor do guisado. No final da cozedura, a carne deverá estar quase a desfazer-se e a separar-se facilmente do osso. O guisado é servido sobre tiras de pão (chapatis ou qualquer outro tipo de pães achatados resultam bem) e com ovo cozido a decorar.

Preparem a receita com alguma antecedência - embora seja um prato simples de preparar, a cozedura demora algum tempo. Abram um vinho, ponham uma música a tocar e esperem até estar pronto. Acreditem que o resultado final vai fazer valer a pena a espera.

Butter chicken

20/11/2018

Escrito por | Written by Bruno



Hoje volto ao livro “The Curry Guy”, do Dan Toombs, o mesmo que usei durante a Semana Indiana aqui no blog, durante a qual publiquei receitas para um molho-base de pratos indianos feitos à maneira inglesa, para pães naan, para arroz pulau e, finalmente, para um Chicken Tikka Masala. A receita de hoje não usa a mesma técnica do Tikka Masala - desta vez não é preciso usar o molho-base e tudo pode ser feito de raiz. E, apesar da longa lista de ingredientes, não é uma receita difícil - simplificando, trata-se de marinar pedaços de frango numa mistura de especiarias, grelhar esse frango e depois preparar um molho de cebola, tomate e especiarias, juntar-lhe o frango e servir. É um pouquinho mais do que isto, mas não muito.

O resultado final é um dos pratos clássicos, pelo menos dos restaurantes indianos fora da Índia (o conceito de British Indian Restaurant recipes, de que falei no primeiro post da tal semana indianahttps://pontoespadana.blogspot.com/2018/07/india-e-reino-unido-semana-indiana.html ), com um molho intenso e cremoso a acompanhar um frango de tempero forte e muito saboroso (aliás, se compararem as receitas, verão que foi o mesmo frango que usei no Tikka Masala).

As especiarias que uso na receita podem ser complicadas de encontrar, a menos que encontrem lojas especializadas - ou sites que enviem por correio. De qualquer modo, usem a lista de ingredientes como uma base - ajustem se precisarem, ou se preferirem. O resultado será diferente, mas provavelmente continuará a ser saboroso e interessante.

A única diferença que introduzi face à receita original do Dan Toombs foram as cebolas fritas - tinha uma embalagem em casa e pareceu-me ideal para polvilhar por cima do caril, antes de servir. De resto, as quantidades da receita são as mesmas. Acompanhei com arroz e pães naan caseiros.

Mini-hamburgers de borrego e pistácio com molho de iogurte e sumac

14/11/2018

Escrito por | Written by Bruno



Há dias, quando coloquei aqui a receita de halloumi panado com za’atar, escrevi que o tinha feito para um almoço com vários pratos pequenos para partilhar. Hoje trago outro desses pratos. A receita foi retirada do “Simple”, de Yotam Ottolenghi, que já aqui trouxe. Como o nome do livro indica, a receita é rápida e simples de fazer. O único ingrediente menos comum é o sumac, de que vale a pena falarmos.

O sumac é uma especiaria muito usada na cozinha do Médio Oriente, feita a partir de frutos secos e pulverizados da planta com o mesmo nome (sumac é o nome árabe, sendo o português sumagre, mas julgo que não é comum encontrar a especiaria à venda sob esse nome - corrijam-me, por favor, se não for assim!). Os frutos são pequenos, de cor vermelha, dando um tom vermelho-escuro à especiaria. Esta tem um sabor ácido, a fazer lembrar o limão, e fica bem em quase tudo. Foi uma óptima descoberta para mim - comecei a usá-lo em vários pratos, geralmente no fim de cozinhá-los e antes de servir. Até os rapazes cá de casa gostaram e começaram a pedir-me para pôr nos pratos deles também.

Onde comprar sumac em Portugal? Numa pesquisa rápida no Google encontrei à venda no Corte Inglés, mas também em sites como o Ayur, o Rota das Índias ou o Glood. Suponho que seja ainda mais fácil encontrá-lo em qualquer loja local especializada em produtos destas regiões.

Quanto à receita propriamente dita, nada mais simples - basta fazer o molho e depois preparar e cozinhar os mini-hamburgers (podem fazê-los maiores, se preferirem, mas aqui a ideia era fazer pratos de pequenas quantidades, para partilhar). Sirvam o molho bem frio e os hamburgers quentes e verão que a combinação é óptima.

Barriga de porco com mistura de cinco especiarias

01/11/2018

Escrito por | Written by Bruno



Confesso que a ideia de fazer esta barriga de porco veio da receita da salada que publiquei há dias - no livro 'Simple', de onde retirei a receita da salada, Yotam Ottolenghi referia que a mesma acompanharia bem um churrasco ou um prato de barriga de porco. Como gosto muito de barriga de porco, pareceu-me boa ideia - e melhor ainda se temperasse a carne com a mesma mistura de cinco especiarias que tempera a salada (na receita da salada tenho algumas notas sobre esta mistura de especiarias, caso não a conheçam).

A partir daí, foi só cozinhar. E a receita é do mais simples que se pode fazer - só precisam de um bom naco de carne e dos temperos. Depois é esfregá-los na carne e levar ao forno.

Ah, e precisam de um secador. Parece ridículo, mas ainda é a melhor forma que encontrei de secar a pele, e ela precisa de ser mesmo - mesmo! - bem seca antes de ir ao forno, para que possa assar bem e tornar-se estaladiça.

Bifes de borrego com alho e limão em conserva

07/09/2018

Escrito por | Written by Bruno



Tal como a receita anterior de arroz de coentros, lima e alho, estes bifes de borrego também vêm do livro ‘Feasts’, de Sabrina Ghayour. As duas receitas em conjunto foram o primeiro prato que cozinhei do livro e fiquei convencido. Os bifes, só por si, ficaram muito saborosos, muito graças à marinada, que ajuda a carne a caramelizar enquanto frita. A combinação com o arroz, com sabores semelhantes, resulta ainda melhor.

O único ingrediente que pode ser complicado de encontrar são os limões em conserva. Muito comuns no Norte de África, são basicamente limões conservados em salmoura, o que lhes suaviza a acidez, mas mantém o sabor forte a limão. Sendo naturalmente salgados, funcionam também como tempero, daí não ser necessário juntar sal à receita. Se não conseguirem encontrar este ingrediente (e não vos apetecer tentar fazê-lo em casa), podem sempre substituir por raspa e sumo de limão - o sabor não será o mesmo, mas é uma aproximação razoável. Nesse caso, não se esqueçam de juntar um pouco de sal para compensar.

Frango grelhado com pimentão-doce

25/07/2018

Escrito por | Written by Bruno



Já foi há umas semanas. “Comprei frango para o jantar. Se tiveres tempo podemos fazer no grelhador”. Vi a mensagem e pareceu-me bem, porque iria ter tempo e porque Londres tem estado a atravessar uma rara vaga de calor há já dois meses (eu sei, eu sei, em Portugal quase não tem havido Verão, mas por cá arrisca-se a ser o Verão mais quente desde que há registo), que faz com que apeteça usar o barbecue. E já não o usávamos há algum tempo.

A receita foi extraordinariamente simples - misturar todos os ingredientes para o tempero, cobrir bem o frango com eles, aquecer as brasas e grelhar. E ficou uma pequena maravilha, com o tempero no ponto. É um óptimo tempero para usar com outros tipos de carne - e para usar como base, juntando ou retirando coisas consoante o gosto ou os ingredientes que estiverem à mão.

Guisado de borrego com amêndoas

16/07/2018

Escrito por | Written by Bruno



Quando aqui publiquei a receita de arroz pilaf de borrego com alperces e pinhões, referi o interesse que tinha pela comida do Médio Oriente - devia ter estendido a zona geográfica para incluir também o Magrebe, que tem algumas semslhanças, apesar de muitas características próprias. É uma cozinha que conheço menos do que gostaria, mas que tem sabores que me fascinam.

Esta receita vem de um livro de receitas marroquinas do autor inglês John Gregory-Smith. O livro chama-se Orange Blossom & Honey e reúne receitas que Gregory-Smith recolheu em Marrocos, muitas delas de comida de rua ou receitas tradicionais berberes. Não vou jurar pela autenticidade das receitas, até porque nunca estive em Marrocos, mas posso pelo menos garantir o sabor. No caso deste borrego, o sabor é incrível. As especiarias não são difíceis de encontrar - colorau, gengibre, açafrão-das-índias, açafrão, pimenta, tudo coisas que os portugueses se habituaram a usar há séculos -, mas a sua combinação com o borrego, e o tempo longo de cozedura, para dar tempo não só para a carne ficar a desfazer-se na boca mas também para os sabores se intensificarem no molho, dá um resultado impressionante.

É seguramente uma daquelas receitas às quais voltarei umas quantas vezes - basta planear com tempo suficiente. Acompanhámos com um arroz basmati aromatizado com limão (pouco marroquino, eu sei, mas não combinou nada mal!)

Semana indiana V: Chicken Tikka Masala

06/07/2018

Escrito por | Written by Bruno



E pronto, chegámos ao último dia e ao nosso Tikka Masala. Como disse no primeiro post, a origem provável deste prato é britânica, sendo geralmente apontado o restaurante Shish Mahal, em Glasgow, como o ponto de origem. Como em todas as histórias deste género, esta não é consensual e há quem a dispute, com maior ou menor força. Mas, independentemente da sua origem, o Tikka Masala rapidamente se espalhou e hoje consegue encontrar-se em restaurantes indianos um pouco por todo o mundo. Originalmente era servido com corante alimentar adicionado, para lhe dar um tom vermelho-vivo, embora haja quem o sirva sem esse acrescento. No meu caso, resolvi juntar o corante, mas é perfeitamente opcional.

Sei que a lista de ingredientes que apresento abaixo parece assustadora, mas na verdade vamos fazer várias coisas - para um Chicken Tikka Masala, precisamos primeiro de ter o frango, e o frango precisa de uma marinada - e tudo isto precisa de um conjunto grande de especiarias, daí a lista de ingredientes. Aliás, começamos mesmo por preparar uma mistura de especiarias - o tandoori masala - que depois usaremos na marinada do frango e no caril (também podíamos fazer o nosso próprio garam masala, mas como é mais fácil encontrar esse à venda, resolvi não ir tão longe na receita). Alguns dos ingredientes vão ser complicados de encontrar - já falámos antes do louro-da-índia, mas na receita de hoje há outras especiarias como a mácide (ou macis - que não é mais do que uma película que envolve a noz-moscada; em Portugal geralmente não a utilizamos, mas na Índia sim), o amchoor (manga seca em pó) ou o feno-grego (ou alforva). Tal como disse nas outras receitas, caso não encontrem estas especiarias não se preocupem. Podem sempre retirá-las, ou substituir por outras que gostem de usar. As masalas (misturas de especiarias) indianas têm geralmente uma base comum, mas cada pessoa - e cada restaurante - prepara as suas de acordo com as suas próprias receitas, por isso não há regras rígidas. Adaptem conforme puderem e quiserem.

Finalmente, sei que juntando as receitas de todos estes dias isto parece demasiado complicado de preparar, mas na verdade só o é da primeira vez. Reparem: começámos por preparar o molho-base, que pode ser congelado para usar mais tarde. Depois fizemos pão e arroz - se não quiserem ter o trabalho de preparar o pão, podem comprá-lo já feito. E também podem só fazer um arroz basmati simples, se preferirem. E quanto ao caril propriamente dito, embora a receita abaixo parece gigantesca, tudo o que estamos a fazer é a marinar e grelhar o frango - e depois a preparar o caril, que é a parte mais rápida (aquecem-se especiarias num pouco de ghee, junta-se o molho-base, o frango, mais umas especiarias e está pronto). E da próxima vez que quiserem fazer um caril, boa parte do trabalho já está feito - terão provavelmente massa de pão naan congelada e pronta a usar e terão molho-base já preparado. Basta arranjarem uma carne, ou vegetais, ou peixe, as especiarias que quiserem acrescentar, e preparar tudo. Como em tantas outras coisas, só custa a primeira vez - e, mesmo assim, não custa muito. :)

Tal como nas restantes receitas desta semana, esta foi adaptada do livro “The Curry Guy”, de Dan Toombs.

Cicchetti de lardo com mel e nozes e de guanciale com queijo de cabra e pesto

06/06/2018

Escrito por | Written by Bruno



Como disse no meu post anterior, esta é a semana de Veneza aqui pelo blog. Tentei recriar a experiência dos cicchetti - pequenas ‘tapas’ venezianas, comidas geralmente ao balcão ou em (poucas) mesas ao ar livre junto aos bacari, os bares que servem estas comidas, em inúmeras variações, acompanhadas com copos de vinho local ou de Spritz.

A ideia dos cicchetti é aproveitar ingredientes locais, em combinações que podem ser muito simples (uma fatia de salame ou presunto sobre o pão) ou mais criativas e elaboradas. Nestes exemplos resolvi aproveitar lardo di Colonnata e guanciale, que trouxe de Veneza, combinando-os com ingredientes que me pareceram complementar bem os respectivos sabores. O lardo é um toucinho produzido na região de Colonnata que usa a gordura das costas do porco, temperada com sal e alecrim e deixada a curar em recipientes de mármore local. Comido em fatias é suave e desfaz-se na boca. Já o guanciale é outro tipo de carne curada, feito com a carne das bochechas do porco - é o ingrediente tradicionalmente usado na carbonara, por exemplo.

Ambos estes ingredientes podem ser difíceis de encontrar, a menos que conheçam um bom importador de ingredientes italianos (sortudos!), mas podem obviamente ser substituídos por outros tipos de charcutaria curada - ou qualquer outro ingrediente que queiram usar. A melhor parte dos cicchetti é serem uma óptima base para improvisar e inventar combinações, por isso vejam esta receita mais como uma inspiração do que propriamente algo para seguir religiosamente.


Arroz pilaf de borrego com alperces e pinhões

04/05/2018

Escrito por | Written by Bruno



A comida do Médio Oriente interessa-me bastante. Não é uma cozinha que eu conheça a fundo, mas tem ingredientes e sabores aos quais não resisto. Lembrei-me dela e apeteceu-me cozinhar algo que, ainda que não fosse original da região, pudesse pelo menos ter influências - nos ingredientes, nas especiarias.

Pesquisei um pouco e fui dar com uma receita (no site da Good Food) que me pareceu um bom ponto de partida - um arroz pilaf de borrego, feito numa única panela. Parti daí e mudei ingredientes, acrescentando umas coisas e trocando outras. O arroz pilaf (ou pilau) é um arroz geralmente salteado em óleo, azeite ou outra gordura, ao qual depois é acrescentado um caldo, especiarias e os restantes ingredientes - neste caso, há uma série de sabores tradicionais do Médio Oriente (a canela, o cravinho, o cardamomo, o próprio borrego...). Nem todos pertencem às tradições dos mesmos países e nem todos são necessariamente usados desta forma, mas não estava à procura de autenticidade, e sim de sabor, de algo que trouxesse um pouco da região para um prato simples de fazer e que nos enchesse as medidas. E resultou.


Lasagne al forno alla bolognesa

30/04/2018

Escrito por | Written by Bruno


Quando há dias aqui pus a receita de Spaghetti alla Carbonara, não estava à espera que rapidamente se tornasse na segunda receita mais vista de sempre deste blog (ainda assim, não destronou o frango com manteiga de amendoim, que continua a ser a mais vista de todas). Não faço ideia se há uma apetência vossa pelos clássicos italianos mas, se for esse o caso, então aqui têm mais um.

Lasagna é o nome singular (plural lasagne) das placas largas de massa que se usam para intercalar as camadas deste prato. A variante mais conhecida é a Lasagne al forno alla bolognesa, mas há outras - por exemplo, a tradição em Nápoles, onde este prato terá surgido, é a Lasagne di Carnevale, feita com carne de porco, salsichas do mesmo e pequenas almôndegas.

A receita que trago é da tradicional Lasagne alla bolognesa. Adaptei-a há uns anos de um livro que comprei em Itália - o Grande Libro Della Cucina Per Tutti I Giorni, um compêndio de receitas tradicionais de todo o país - e uso-a até hoje. O molho tem menos carne do que se poderia pensar à primeira vista, mas não precisa de mais. O sabor está lá todo, graças ao aipo, à cenoura, às especiarias (a canela aqui é essencial). O béchamel pode ser comprado feito, claro, mas se quiserem arriscar fazê-lo, não é complicado e sabe muito melhor.