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Escrito por | Written by Bruno
Uma das vantagens de Londres, pelo menos em termos gastronómicos, é o acesso mais facilitado a comidas e ingredientes que são muito pouco comuns em Portugal. Nestes quatro anos, tenho descoberto sabores e formas de cozinhar que desconhecia de todo, e que tenho começado a tentar integrar no que vou fazendo. Um bom exemplo foi quando me aventurei a fazer comida indiana - precisei de uma panóplia de especiarias, algumas complicadas de encontrar nos supermercados habituais onde faço compras. No entanto, não foi difícil encontrar outras lojas, com presença online, que se especializam em ingredientes indianos e enviam pelo correio.
Recentemente, contudo, descobri que tenho uma solução ainda mais perto - perto de um centro onde deixamos um dos rapazes para actividades aos sábados, há uma mercearia de bairro que tem uma quantidade impressionante de especiarias e outros ingredientes não só indianos, mas também do Magrebe e Médio-Oriente. Foi uma óptima surpresa - e tenho aproveitado para me abastecer de especiarias que já queria usar há bastante tempo mas ainda não tinha tido oportunidade de comprar.
Um dos ingredientes que comprei foi um frasco de za’atar, o nome árabe de uma planta da família do orégão, mas mais geralmente usado como nome de uma mistura de especiarias muito usada na região do Levante. Tradicionalmente é uma mistura de folhas secas de za’atar, sementes de sésamo, sumac em pó (outra especiaria muito interessante - hei-de falar nela noutro post) e sal. Por vezes são adicionadas mais algumas especiarias, mas esta é a lista básica. É uma mistura interessante, saborosa e que fica bem em quase tudo. Em Portugal encontra-se, mas pode ser difícil - numa pesquisa rápida consegui encontrar algumas lojas especializadas que o vendem.
Para inaugurar o frasco, resolvemos fazer esta receita simples, que foi parte de um almoço com vários pratos pequenos, para partilhar. A receita foi retirada do livro “Feasts”, de Sabrina Ghayour (já cá tínhamos falado dele), e não custa nada a fazer - basta cortar o halloumi, cobri-lo de ovo batido e za’atar e paná-lo. O resultado é óptimo, ou não fosse o halloumi um queijo óptimo para estas coisas. Em breve hei-de colocar por aqui mais umas quantas das receitas que fizemos nesse almoço!
Escrito por | Written by Bruno
Mais um mês, mais um Sweet World Challenge. Desta vez, foi a Lia do Lemon & Vanilla a lançar o mote. A sobremesa escolhida foi uma pavlova de figos, que me despertou imediatamente o interesse. Não sou especialista em pavlovas - a única que fiz até hoje foi a pavlova enrolada que tenho aqui no blog, mas essa é tão boa que a faço com alguma regularidade -, mas quis mesmo aproveitar esta oportunidade, até por ser uma boa desculpa para comer figos. Esta é uma boa altura para eles, e conseguem-se encontrar alguns bastante razoáveis aqui por Londres.
Sendo assim, pus-me a pensar em sabores e a pesquisar receitas. Já estava mais ou menos convencido do que queria fazer quando, por acaso, reparei que havia precisamente uma receita de pavlova de figos no Sweet, o livro de Yotam Ottolenghi e Helen Goh de que já aqui falei por diversas vezes (provavelmente o meu livro de culinária preferido do ano passado). Esta receita prometia bastante em termos de sabor - a pavlova era preparada com uma mistura de açúcar normal e açúcar mascavado, que dava um sabor mais intenso ao merengue; seguia-se uma cobertura fina de chocolate negro; um creme de amêndoa à base de pralin (amêndoas e caramelo triturados em pó fino) - e, sobre tudo isto, os figos, cobertos por mel e pistácios. Como resistir a tudo isto? Assim que passei os olhos pela receita, soube que não valia a pena procurar mais. Estava encontrada a minha base.
A receita que aqui trago não é exactamente igual. Ottolenghi e Goh preparam o merengue batendo os ingredientes sobre banho-maria, eu usei a técnica mais simples de bater simplesmente as claras com o açúcar, acrescentando este a pouco e pouco. Mas, no essencial, é a mesma receita - e posso garantir que o resultado é tão bom quanto parecia no início. Em cada fatia sentem-se as diversas camadas e cada um dos sabores. É uma sobremesa impressionante, fresca e irresistível!
Escrito por | Written by Bruno
Há quase um mês que não publicava nenhuma receita - não por falta de interesse, mas por falta de tempo. É sempre complicado terminar as férias e voltar à rotina, há sempre mil coisas que ficaram acumuladas - em casa e no trabalho - e que nos roubam tempo. Mas devagarinho lá vou voltando à cozinha e à partilha de receitas, que espero que continue por muitos e bons anos.
No fim-de-semana passado andava à procura de qualquer coisa relativamente rápida para fazer e encontrei esta receita numa revista dos supermercados Waitrose. As lentilhas foram o que mais me chamou a atenção - gosto muito, mas cozinho pouco. São um óptimo ingrediente para um caril (são extremamente comuns na Índia, por exemplo) e resultam muito bem aqui. O sabor é óptimo e não demasiado picante (a menos que queiram incluir as sementes da malagueta - eu prefiro retirá-las).
As sementes de feno-grego e as folhas de caril são provavelmente os ingredientes menos comuns, mas uma pesquisa rápida mostrou-me que se encontram em ervanárias, lojas de produtos naturais ou até mesmo em supermercados como o do Corte Inglês. Claro que se tiverem uma loja de produtos indianos perto de casa, será ainda mais fácil.
Acompanhei a receita com arroz basmati. Se tiverem um pão naan à mão (aproveitem a receita que já aqui publiquei, por exemplo), melhor ainda!