Bellini

29/09/2017

Escrito por | Written by Bruno



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O Bellini nasceu no Harry's Bar, em Veneza, pela mão do fundador, Giuseppe Cipriani, que achou que a cor do cocktail fazia lembrar os tons dos quadros do pintor veneziano Giovanni Bellini.

Felizmente, não é preciso ir a Veneza para experimentar este cocktail - e não é preciso grande mão-de-obra. Basta ter pêssegos à mão e uma garrafa de prosecco. Claro que as variações são possíveis - não havendo prosecco à mão, qualquer outro espumante pode ser usado (ninguém se vai chatear se usarem champanhe!). A fruta também pode variar (já vi receitas de Bellinis de maracujá e até de ruibarbo), mas o ideal é ficar pelo pêssego.

A propósito - um Bellini como deve ser deve ser feito com pêssegos brancos, que têm uma polpa muito mais clara, dando um tom mais rosado ao cocktail. Quando não se encontram destes, um pêssego amarelo serve perfeitamente (como provavelmente perceberão pela cor na foto ali em cima, foi o que me aconteceu desta vez).


Orazione nell'Orto, de Giovanni Bellini. Aquilo ao fundo é uma alvorada de pêssego ou já bebi demais?...

Batatas assadas | Roast potatoes

27/09/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Hoje temos um acompanhamento. E sim, sei que são "só" batatas no forno, mas são umas batatas que ficam bastante estaladiças por fora e incrivelmente suaves por dentro. Fiz estas batatas para acompanhar uma peça de carne que tínhamos a assar e não me lembro de ver batatas desaparecer tão depressa!

Uma nota quanto à gordura - o azeite é uma alternativa óptima (e, claro, mantém a receita como opção válida para vegetarianos). No entanto, para quem preferir, vale a pena tentarem encontrar a gordura de pato ou ganso para a assadura - o sabor fica irresistível. Aqui em Inglaterra é fácil encontrar esta gordura à venda em supermercados; em Portugal, encontra-se no Corte Inglés, mas não sei quão fácil é noutros locais.

A receita original é da BBC Good Food.

Caril de lentilhas, coco e cenoura | Coconut, carrot and lentil curry

25/09/2017

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Encontrei esta receita no Pretty.Simple.Sweet. e fiquei imediatamente interessado. Adoro lentilhas, ainda mais em caril, e ao ler a receita já estava a imaginar o sabor que deveria ter.

Não me enganei - este caril é óptimo. Simples de fazer, com muito sabor e uma óptima alternativa para qualquer refeição. E é versátil - as cenouras podem facilmente ser substituídas por abóbora ou batata-doce e é fácil misturar quaisquer outros ingredientes que tenham em casa e queiram aproveitar. Se quiserem uma versão completamente vegetariana, retirem simplesmente a manteiga.

Para acompanhar, servi o caril acompanhado de arroz de coco e a combinação foi perfeita.

Gelado de pêssego e amêndoa amarga | Peach and bitter almonds liqueur ice cream

22/09/2017

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Esta foi uma daquelas receitas que aparecem sem sabermos bem de onde. Ao passar numa mercearia de bairro, olhei para as bancas de fruta na rua, reparei no óptimo aspecto dos pêssegos e pensei no que poderia fazer com eles. Não sei porquê, mas veio-me à cabeça não só a ideia de fazer um gelado, mas também a combinação exacta de sabores - gelado de pêssego com amêndoa amarga. O pêssego combina bem com o sabor da amêndoa - é bastante comum encontrar receitas de pêssegos assados com os biscoitos italianos amaretti, por exemplo -, mas nunca tinha experimentado em gelado. E digo-vos, vale bem a pena.

Para o gelado, adaptei a receita do Perfect Scoop, o livro de gelados do David Lebovitz, mas acrescentando o licor de amêndoa amarga e os amaretti. Para servir, enfeitei com amêndoa laminada e um fio de mel, mas estes são perfeitamente opcionais - este gelado é óptimo comido simples, directamente do recipiente. Aliás, difícil vai ser não acabar com ele todo de uma vez!

Almôndegas de borrego com grão e tomate | Lamb meatballs with tomato and chickpeas

20/09/2017

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Bem sei que a carne de borrego não é consensual - há muita gente que não gosta ou já teve más experiências com carne mal preparada. Cá em casa gostamos bastante e usamos muitas vezes no dia-a-dia. Para além disso, é uma carne muito popular e fácil de encontrar em Inglaterra - aliás, no geral há muito boa carne ou não fosse este um país cheio de campo e pastagens. O problema aqui é com o peixe, mas isso é um tema para outro dia.

Estas almôndegas não são difíceis de preparar e ficam óptimas, com um molho espesso e muito aromático, que combina perfeitamente com o cuscuz. Se não encontrarem almôndegas de borrego, podem comprar carne de borrego picada e moldar as vossas próprias almôndegas. Para quem não apreciar borrego, não tenham receio de substituir por almôndegas de carne de vaca, mantendo o resto da receita como está.

Salame de chocolate | Chocolate salami

18/09/2017

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Depois de há dias ter feito um bolo de bolacha, fiquei com vontade de tentar outras sobremesas clássicas, ou pelo menos aquilo a que poderíamos facilmente chamar a Santíssima Trindade das Festas de Aniversário dos Anos 80 - bolo de bolacha, salame de chocolate e pudim Molotov. O pudim fica para depois, porque hoje é dia de salame.

Diz a Wikipédia que o salame de chocolate é típico em Portugal e Itália - não faço ideia quanto aos italianos, mas em Portugal é omnipresente. E de forma justa, porque é impossível resistir a uma combinação de chocolate e bolachas, certo? Ainda para mais, é simples de fazer em casa e permite algumas variações interessantes para quem quiser ajustá-lo mais ao seu gosto.

Ao fazer pesquisa para o salame (que nunca tinha cozinhado antes), encontrei a receita do Pretty.Simple.Sweet. que me chamou a atenção e que resolvi experimentar. Gostei muito do resultado final, mas as crianças lá em casa queixaram-se que “não sabe ao mesmo que comemos em casa da avó”, referindo-se ao salame de supermercado. Percebo-os: esta receita é muito menos doce, visto que usa bolachas digestivas e chocolate negro, que é muito mais amargo. O sabor está perfeito para mim, não tanto para eles. Mas quem preferir um salame mais doce, pode facilmente substituir o chocolate negro por chocolate de leite e/ou as bolachas por bolacha Maria, aproximando mais o resultado do salame mais tradicional.

Frango no forno com abóbora, alcachofras e azeitonas | Roast chicken with butternut squash, artichokes and olives

15/09/2017

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Os assados são das refeições mais práticas de fazer - seja ao fim de um dia atarefado ou num fim-de-semana preguiçoso. Basta juntar os ingredientes, levá-los ao forno, e esperar, fazendo outras coisas, ou parando sem fazer nada, idealmente com um copo de vinho na mão, enquanto o forno faz tudo sozinho.

Este assado veio publicado na revista Good Food, da BBC, e é muito bom. O sabor vem principalmente do tempero com os orégãos e as sementes de cominho, mas as alcachofras no final também ajudam muito. Para quem quiser uma alternativa de frango interessante e muito saborosa, esta é uma óptima escolha.

Uma nota em relação à abóbora - a receita que segui usa o que aqui chamam butternut squash (nome científico Cucurbita Moschata). Julgo que se vende em algumas grandes superfícies em Portugal com o nome de abóbora-manteiga, embora esse não seja necessariamente o único nome, ou o mais correcto, desta espécie - no site da Câmara de São Brás de Alportel chamam-lhe abóbora-frade; noutras páginas encontrei quem lhe chamasse abóbora-da-Guiné, abóbora-negra ou abóbora-rasteira. De qualquer forma, se tiverem outros tipos de abóbora à mão, podem sempre experimentar (e para quem tiver dúvidas sobre usar abóbora em vez da mais tradicional batata, garanto que é uma surpresa muito agradável; fica óptima, e a desfazer-se na boca no final da assadura).

Limonada com framboesas | Lemonade with raspberries

13/09/2017

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O calor já praticamente se foi aqui em Londres, e já começa a cheirar a Outono. Ainda assim, de vez em quando há dias em que a temperatura sobe, e apetece qualquer coisa para refrescar - e lembrar os dias mais quentes de Verão.

A limonada é a bebida ideal - simples de fazer, refrescante, saudável. Em Inglaterra é mais comum fazê-la com água com gás, mas eu prefiro assim, à nossa maneira, só limão, água e açúcar, sempre nas mesmas proporções - 2 limões e 100 gramas de açúcar para 1 litro de água. As framboesas... bem, são só para lhe dar um toque diferente. Uma limonada cor-de-rosa fica quase exótica. Não há grande diferença no sabor (4 framboesas não chegam para alterar grande coisa), mas o colorido só por si já vale a pena.

Uma variante que também resulta muito bem é usar duas limas em vez de um dos limões, deixando a limonada mais aromática.

Bolo de bolacha | Biscuit cake

11/09/2017

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O bolo de bolacha é um verdadeiro clássico. É um dos bolos mais simples de fazer, mas a simplicidade esconde um sabor que faz parte da minha infância - e, desconfio, da infância de muitos mais (provavelmente porque não havia festa de anos onde não houvesse um bolo destes).

Foi só quando fui para Lisboa que descobri o outro bolo de bolacha, com natas e doce de ovos, mas nunca me convenceu. Falta-lhe tudo o que este tem: o sabor do café e o creme de manteiga. As bolachas esmigalhadas por cima, para dar textura. O prazer de cortar uma fatia e ver aquelas camadas de bolacha no interior. Tudo isso faz parte da maravilha que é este bolo - e para mim, o outro não chega perto.

Estava com saudades e fiz um no fim-de-semana. Segui a receita da Bíblia do Pantagruel - e, como sempre, não falhou.

Bifes de frango com molho de mostarda e mel | Chicken steaks with mustard and honey

07/09/2017

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Ainda de volta das receitas que fiz nas férias... Queria arranjar uma receita simples, ideal para um jantar rápido de preparar e sem grandes complicações. Já não sei bem porque é que me lembrei do molho de mostarda e mel, mas foi uma boa inspiração. Andei à procura de receitas, cruzei umas com as outras, vi o que tinha disponível no frigorífico, e preparei a receita desta forma. E resultou.

É um prato simples e eficaz. A mostarda e o mel são uma conjugação clássica, e o alecrim liga muito bem com ambos. Foi uma boa forma de preparar um jantar de férias, mas é um prato que fica bem em qualquer altura do ano.

Figos com halloumi, presunto, avelãs e mel | Roast figs with halloumi, ham, hazelnuts and honey

05/09/2017

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Já lá vão uns anitos - em 2008, num livro da australiana Donna Hay, descobri uma receita de figos assados com queijo halloumi e presunto. Chamou-me a atenção pela combinação de ingredientes e, principalmente, pelo halloumi, que adoro. Para quem não o conhece, o halloumi é um queijo cipriota com um ponto de fusão bastante alto, o que faz com que seja ideal para assar, grelhar ou fritar. Já se encontra com facilidade em hipermercados, normalmente junto às embalagens de queijo feta.

Sendo tão simples de fazer, é uma receita que se presta bem ao Verão e às férias. Tendo encontrado uns figos óptimos no mercado de Cabanas, levei-os para casa e preparei esta entrada. A receita que sigo já não é bem a da Donna Hay, embora a base seja semelhante. As avelãs acrescentam textura e sabor (a minha ideia inicial era usar pistácios, mas é difícil encontrá-los sem ser salgados, e esses não ficariam bem. Mas hei-de experimentar um destes dias), e o mel dá um toque doce adicional.