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O Verão numa salada

07/08/2018

Escrito por | Written by Bruno



A vaga de calor que tem afectado toda a Europa nos últimos dois meses tem feito deste o Verão britânico mais prolongado desde há muito tempo. É tão fora do normal ter tantas semanas de bom tempo que toda a gente tenta aproveitar ao máximo - os barbecues têm mais uso que o normal, convidam-se amigos, come-se no quintal - ou em casa com janelas bem abertas.

É altura de comidas frescas, de encher uma mesa com várias coisas e deixar cada um servir-se do que lhe apetecer, com vinho branco fresco, cerveja ou um jarro de Pimm's a acompanhar. E esta salada é uma bela opção - está todo o Verão aqui dentro. É fresca, é colorida, tem a acidez doce da lima e o perfume dos cominhos, a suavidade do abacate e o estaladiço da cebola, tudo junto num acompanhamento que vai bem com tudo. A sério!

Bolo de alperce, amêndoa e canela

01/08/2018

Escrito por | Written by Bruno



Todos os dias são bons para fazer um bolo, principalmente se tiverem fruta à mão e não souberem o que lhe fazer. Este bolo leva alperces, mas facilmente os podem substituir por pêssegos ou ameixas. Todos combinam bem com as amêndoas e a canela - e uma fatia ainda morna, com uma colherada de iogurte natural fresco ao lado, é a escolha ideal para um lanche de fim-de-semana.

A receita é adaptada do livro Sweet, de Yotam Ottolenghi e Helen Goh, que já visitámos várias vezes neste blog (e que voltaremos sem dúvida a visitar). É simples de fazer, não demora muito e fica bonito e muito saboroso - não é preciso mais nada, pois não?...

Semana indiana IV: Arroz Pulau

05/07/2018

Escrito por | Written by Bruno



Hoje tratamos do arroz. O arroz pulau está presente, com diferenças, em várias cozinhas asiáticas e do médio-oriente, e com vários nomes - pilau, pilaf… Julgo que o nome correcto da variante Indiana seja este, pulau, mas se algum de vocês souber mais hindi do que eu (o que não é difícil), estou aberto a correcções! O arroz é salteado em gordura (neste caso, ghee, do qual já falei ontem - se não o encontrarem à venda, podem tentar fazê-lo em casa, ou, em alternativa, usar manteiga clarificada normal, ou mesmo manteiga normal, sem sal; o sabor não será o mesmo, mas resulta.) e temperado com algumas especiarias suaves - cardamomo, canela, cominhos. A receita não é complicada e o arroz fica óptimo, aromático e saboroso, graças às especiarias e ao modo de cozedura, em panela fechada e fora do lume, que concentra todos os sabores no próprio arroz.

O ingrediente mais difícil de encontrar será provavelmente as folhas de louro-da-índia - também já encontrei quem lhe chame folha-malabar ou caneleira-brava, mas não tenho a certeza qual a designação mais correcta. O nome científico da planta é cinnamomum tamala, é conhecida em inglês como indian bay leaf e é uma planta da mesma família do loureiro e da canela. A diferença mais óbvia em relação às folhas de louro normais está nos veios da folha - o louro-da-índia tem três veios paralelos ao longo da folha. O sabor também é diferente, mas, se não conseguirem arranjar estas folhas (eu só consegui através de um site inglês especializado em especiarias indianas), podem substituir por louro normal. Mais uma vez, não será exactamente o mesmo sabor, mas não faz mal.

E pronto - já temos pão, já temos arroz, já temos o molho-base - só falta o prato principal. Amanhã mostrar-vos-ei finalmente como preparar o frango e como fazer o Chicken Tikka Masala propriamente dito.

Semana indiana III: Pão Naan

04/07/2018

Escrito por | Written by Bruno



Depois de ontem prepararmos o molho-base, vamos agora tratar dos acompanhamentos. O pão naan é essencial - e muito fácil de fazer. A vantagem desta receita é que esta quantidade de massa dá para uns 4 a 5 pães, podendo congelar-se a quantidade que não utilizarmos. Assim, da próxima vez que quisermos fazer um caril, basta descongelar uma ou mais porções de massa e cozinhar - e essa parte demora apenas alguns minutos. Tal como no resto das receitas desta semana, há algum trabalho de preparação, mas assim que esse está feito, o resto é simples e rápido.

Duas notas sobre os ingredientes - o ghee é uma manteiga clarificada muito utilizada como gordura na cozinha indiana. Vende-se já preparada em lojas especializadas, mas pode ser feita em casa - basta derreter manteiga num tachinho, em lume brando, até formar uma espuma à superfície (que devem retirar) e os sólidos da gordura se separarem e depositarem no fundo. Nessa fase, a manteiga está clarificada. Para obter o ghee, deixem estar mais um pouco ao lume, para os sólidos escurecerem - sem deixar queimar! -, ganhando um sabor mais acentuado. Filtrem para um recipiente e deixem arrefecer - está pronto. Quanto às sementes de nigella, ou cominho-negro, encontram-se em lojas da especialidade ou de produtos biológicos. São opcionais na receita, mas se as encontraram, vale a pena usá-las.

Tal como nas restantes receitas desta semana, esta foi adaptada do livro “The Curry Guy”, de Dan Toombs.

Amanhã faremos arroz pulau.

Bolinhos do dedo

27/04/2018

Escrito por | Written by Bruno



Desta vez nem devia ser eu a escrever a receita, visto que não fui eu que a fiz. O cozinheiro desta vez foi o meu filho mais velho, de 9 anos, que tem um clube de culinária na escola onde aprende a cozinhar vários pratos. Experimentámos o clube o ano passado pela primeira vez e foi um sucesso - logo na primeira aula, por coincidência, aprenderam a fazer pastéis de nata, que não estavam nada maus!

Uma das receitas que ele mais gostou de fazer foram estes bolinhos - "bolinhos do dedo", como lhes chamamos cá em casa. São uns biscoitos simples de fazer, mas que são óptimos para cozinhar com as crianças, que se divertem a preparar a massa, a moldar os biscoitos, a calcá-los com o dedo e a rechear com o doce. Ah, e a comer no final, claro!


Scones

12/04/2018

Escrito por | Written by Bruno



O scone é uma instituição inglesa por mérito próprio. Aliás, não é à toa que já se popularizou um pouco por todo o mundo - é ideal para um pequeno-almoço ou, melhor ainda, para um lanche. Permanentemente indeciso sobre se há-de ser um pão ou um bolo, o scone não é bem um nem é bem o outro. E, talvez por isso mesmo, ajusta-se perfeitamente a vários acompanhamentos - manteiga, os tradicionais clotted cream e doce (não necessariamente por esta ordem, mas já lá vamos)... Pode ter passas misturadas na massa ou outros tipos de frutos secos - ou não, como na receita que aqui trago, que é simples.

Se nunca arriscaram fazer pão, não se assustem - esta receita não custa mesmo nada. É praticamente só juntar tudo, amassar um pouco e levar ao forno. Em poucos minutos terão uma fornada de scones a sair do forno, quentinhos, e prontos a acompanhar um bom chá. Tenham é cuidado na hora de servir - os scones são ainda hoje a causa para uma das mais curiosas polémicas gastronómicas neste país - a ordem do acompanhamento. É tradição em duas províncias vizinhas de Inglaterra, Devon e Cornualha, servir scones ao lanche - que, consoante a zona, se chama Devon Cream Tea ou Cornwall Cream Tea. Em ambos os casos, os scones acompanham o chá e são servidos com clotted cream (natas coalhadas) e doce. Mas a grande diferença, aquela que cava uma fronteira profundíssima entre ambas as províncias e gera discussões quase mortíferas, é a ordem: em Devon, primeiro cobre-se o scone com as natas e depois espalha-se o doce sobre estas. Na Cornualha, espalha-se primeiro o doce e só depois se cobre este com as natas. E nem pensem em ridicularizar esta questão - para os locais é uma questão de honra e não há entendimento possível.

Para evitar confusões, escolhi uma fotografia do scone assim mesmo: simples, sem nada. Sirvam-nos como preferirem, com ou sem natas, com ou sem doce, por uma ordem ou outra, com manteiga, com queijo, com fiambre - mas experimentem-nos. É que valem mesmo a pena.

Receita adaptada desta, da Allrecipes.


Bolo de laranja sanguínea com calda de laranja e romã

02/04/2018

Escrito por | Written by Bruno



Nunca tinha experimentado uma laranja sanguínea (blood orange)antes de vir para Londres - são quase impossíveis de encontrar em Portugal, o que é uma pena, porque são óptimas. Doces e sumarentas, e com o sumo de tom avermelhado que lhes dá o nome. As melhores aparecem só no início do ano, e vale a pena comprar sempre que as encontramos, porque depois passa-se um ano inteiro a sentir-lhes a falta.

Já tinha feito este bolo há um ano ou dois e tinha feito sucesso. Agora que as laranjas voltaram, foi a altura ideal para procurar de novo a receita (publicada na revista Good Food, da BBC) e meter de novo mãos à obra. E agora acho que devia tentar ir comprar mais um saco de laranjas, enquanto ainda consigo encontrá-las...

Só mais umas notas sobre os ingredientes - se não encontrarem laranjas sanguíneas, podem usar laranjas normais à vontade, embora eu prefira o sabor das primeiras. A água de flor de laranjeira é opcional - ajuda a intensificar o sabor da laranja (e tem de ser usada em pequenas quantidades), mas não é essencial. Aliás, se tiverem um licor de laranja à mão, é capaz de não ser má ideia usá-lo em substituição - ficarão com um bolo mais "adulto", o que não é necessariamente mau!...

Cebolas recheadas

28/03/2018

Escrito por | Written by Bruno


Esta receita chamou-me a atenção pela originalidade - acho que nunca tinha visto cebolas recheadas. Pimentos sim, tomates também, mas cebolas? A lista de ingredientes do recheio também me pareceu interessante - tomate, pão ralado, queijo feta, salsa, azeite, alho... A combinação prometia. Para além de tudo isto, a receita estava no Plenty, um livro de cozinha vegetariana do Yotam Ottolenghi (ele próprio não é vegetariano, embora muitos dos seus pratos o sejam) que tem muitas e boas ideias que fogem ao habitual.

É um prato simples de fazer e é uma refeição completa. O recheio é substancial, e os sabores misturam-se bem. E se tudo isso não bastasse, os "embrulhos" de cebola ficam bem bonitos na assadeira, a sair do forno e a encher a cozinha de bons aromas!

Tarte de amêndoa | Caramelised almond tard

16/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Quando aqui publiquei as receitas de Bolo de Bolacha, Salame de Chocolate e Pudim Molotof, referi-me aos três doces como a Santíssima Trindade das Sobremesas de Festas de Aniversário dos Anos 80 - não havia festa de anos que não tivesse um ou vários destes clássicos da doçaria portuguesa.

No entanto, faltava uma receita para completar a lista. Para usar uma outra analogia parva, digamos que se o Salame, o Molotof e o Bolo de Bolacha são os Três Mosqueteiros da doçaria, então a Tarde de Amêndoa é o seu D’Artagnan. A receita não tem grandes complicações - prepara-se a base, uma espécie de bolo baixinho cozido numa forma de tarte; cobre-se com amêndoas cozinhadas em açúcar e manteiga e leva-se ao forno até caramelizar.

O resultado é este clássico que nunca sai de moda. Para mim, pessoalmente, é também e a possibilidade de ter mais um bocadinho de sabores de Portugal na cozinha quando me apetecer. É que se os pastéis de nata já correm mundo e são relativamente fáceis de encontrar por cá, o resto da nossa doçaria ainda é muito mais esquiva.

Pavlova enrolada com pêssegos e mirtilos | Rolled pavlova with peaches and blueberries

09/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Eu sei, eu sei, já é a terceira receita do livro Sweet que trago para o blog em pouco tempo (depois do bolo de coco, amêndoa e mirtilos e do bolo de ameixa merengado), mas que querem, o livro é mesmo bom!

Para além do mais, tinha claras para gastar e pensei que era a desculpa ideal para experimentar uma pavlova pela primeira vez. Esta sobremesa é relativamente simples - uma base de merengue, coberta com um creme (geralmente natas batidas) e fruta. O nome é uma homenagem à bailarina russa Anna Pavlova, e a Austrália e a Nova Zelândia disputam-lhe a autoria. Há dezenas de receitas por aí, mas esta do livro de Yotam Ottolenghi e Helen Goh é interessante por ser uma pavlova enrolada - depois de cozer o merengue, este é coberto de frutas e enrolado como se fosse uma torta.

A receita pode ser adaptada facilmente a quaisquer outras frutas - aliás, no livro são usadas amoras em vez de mirtilos, mas eu preferi assim e correu bastante bem. Dependendo da época, outras frutas serão sempre bem-vindas. O resultado final é divinal - esta quantidade dá para uma pavlova de tamanho bastante considerável, mas acreditem que não vai durar muito. Pelo menos aqui desapareceu num instante!

Bolo de ameixa merengado | Plum and meringue cake

02/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



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aqui falei do Sweet, o livro de Yotam Ottolenghi e Helen Goh, que é uma verdadeira perdição, com vários tipos de sobremesas, todas elas com um ar que apetece arrancar das fotografias e comer imediatamente.

Esta é mais uma das receitas do livro, que correu muito bem. É um bolo com três camadas diferentes, cada uma a acrescentar sabor ao resultado final: primeiro, uma base de bolo, simples e com sabor a coco ralado; a seguir, uma camada de ameixas, que assam devagar no forno, deixando o sumo cair no bolo, tornando-o húmido e saboroso; finalmente, a terminar, uma gloriosa camada de merengue com amêndoa laminada. Cada fatia é uma pequena maravilha - e a receita adapta-se facilmente a quaisquer outras frutas da época que quiserem usar.

Pizza de cogumelos portobello, taleggio, tomate seco e manjericão | Portobello mushrooms, taleggio, sun-dried tomato and basil pizza

26/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Pizza. É preciso dizer mais?…

Sim, claro que é :-) A receita de massa que sigo é a mesma que expliquei aqui. Como disse na altura, faço sempre massa a mais e congelo o que sobra - assim, quando queremos fazer uma refeição de pizza, basta lembrar-me com antecedência e deixar a massa a descongelar. Depois é só pensar nos ingredientes para a cobertura, e o resto é rápido.

Desta vez, quis usar cogumelos. Os portobello combinam muito bem com o taleggio, queijo italiano de vaca, produzido na zona da Lombardia (e partes do Piemonte e Veneto), de aroma intenso mas sabor suave. Para finalizar, juntei tomates secos e umas folhas de manjericão para refrescar. Como da outra vez, as quantidades são vagas - as coberturas das pizzas fazem-se a olho…

Gelado de maçã e canela | Apple and cinnamon ice cream

15/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Um destes dias dei por mim a olhar para a fruteira, cheia de maçãs, e a pensar no que poderia fazer com elas.

Pareceu-me bem tentar um gelado, até porque nunca tinha experimentado fazer um de maçã. O tempo por aqui está frio, mas isso não é desculpa para não fazer gelados (caso contrário, pobre da indústria sorveteira britânica!...). Saiu um gelado cremoso, com um aroma inconfundível a canela, e com a surpresa de encontrar pequenos pedaços macios de maçã lá pelo meio. Uma maravilha!

A base que usei foi a mesma do gelado de figo que já aqui publiquei: um gelado de nata simples, mas perfeito. Depois basta juntar o sabor que quisermos dar ao gelado - neste caso, as maçãs cozidas com açúcar, canela e um pouquinho de noz-moscada.

İmam Bayıldı

06/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Ainda hoje, quase 30 anos passados, nos referimos em família àquelas férias como “A Viagem”, assim mesmo, em maiúsculas. Foi uma verdadeira aventura - cerca de 40 dias a conduzir pela Europa fora, uma Europa muito maior e mais fechada em 1991 do que é hoje. O ponto mais longe a que chegamos foi Istambul, uma mistura entre Europa e Ásia, entre oriente e ocidente, que nos marcou de diversas formas.

Uma delas, que ainda hoje traz recordações, foi a comida. Quando estamos em família e nos lembramos d’A Viagem, é comum alguém recordar-se de uma refeição que fizemos em que não fazíamos ideia do que estávamos a comer (não é fácil perceber turco e não havia Google Translate para ajudar…) mas sabíamos duas coisas: não havia carne e era delicioso. Lembro-me de beringelas e sei que adorei. Não faço ideia se era este İmam Bayıldı ou outro prato qualquer, mas ficou-me sempre a ideia da cozinha turca ser diferente e muito interessante.

Foi também por isso que me apeteceu experimentar esta receita. Gosto de beringelas, mas não as uso muitas vezes - e um prato cujo nome significa “O Imã Desmaiou” pareceu-me ser uma boa oportunidade de voltar a cozinhá-las. Há duas versões sobre o nome do prato - uma diz que um imã turco gostou tanto deste prato que desmaiou ao prová-lo. A outra diz que o imã desmaiou ao aperceber-se da quantidade - e do custo proibitivo - de azeite que a sua mulher usava para cozinhar este prato todos os dias…

Investiguei várias receitas, mas acabei por seguir esta, do Yotam Ottolenghi que, não sendo turco, conhece a fundo este tipo de cozinha. É uma receita simples, mas só com coisas boas - beringela, tomate, pimentos, algumas especiarias, tudo cozinhado em bastante azeite. Simples, diferente - e capaz de fazer imãs desmaiar!

Bolo de coco, amêndoa e mirtilos | Coconut, almonds and blueberries cake

30/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Sweet, o novo livro de Yotam Ottolenghi e Helen Goh, é um daqueles livros que apetece comer. A capa, as fotografias lá dentro, tudo tem um óptimo aspecto - e a variedade de receitas é grande, de biscoitos a bolos, passando por gelados, cheesecakes e outros.

Um destes fins-de-semana “estreei” finalmente o livro. Era um daqueles dias de Inverno londrino, cinzento e chuvoso, em que não apetece ir à rua - a casa está quente, há um filme na televisão, há música na cozinha e o forno já está ligado, à espera. Esta receita foi a escolhida - um bolo sem grandes complicações, com bons ingrediente e ideal para aquecer o espírito.

Pudim Molotof | Molotof pudding

26/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Tal como escrevi aqui, depois de ter publicado receitas de Bolo de Bolacha e Salame de Chocolate, faltava-me uma para completar a Santíssima Trindade das Sobremesas de Festas de Aniversário dos Anos 80 - o Pudim Molotof, claro está. E, antes que alguém me corrija, eu escrevo assim, Molotof, com 'f' no fim. Há alguma discussão sobre a origem do nome, e eu tomo por boa a que vem no Ciberdúvidas, que diz o seguinte:

O nome original deste doce é «pudim Malakof» e está relacionado com a guerra da Crimeia que decorreu em 1854 e 1855.

Malakof é o nome de uma fortaleza que protegia a cidade de Sebastopol. O general francês Pélissier tomou esta fortaleza e recebeu o título de duque de Malakof. É uma sobremesa de tempos de guerra, visto que é feita com claras de ovo. Por exemplo, em Portugal, é frequente fazermos este pudim para aproveitarmos as claras que sobram da receita do pão-de-ló, que usa apenas as gemas dos ovos.

Durante a guerra de 1939-45, notabilizou-se como ministro dos Negócios Estangeiros da URSS Vyacheslav Mikalovich Skriabine, dito Molotov na clandestinidade. Foi com este nome que passou a ser conhecido internacionalmente. Provavelmente por confusão com este nome, o povo português passou a designar também esta sobremesa por «pudim Molotov».


Seja como for, toda a minha infância este foi o pudim "Molotof", dito e escrito desta forma, e custa-me mudar para um 'v'. É suavizar o doce, como se lhe tirássemos o caramelo e parte do açúcar. Por isso, deixo-o ficar assim.

A receita que usei foi a da Dolce Rita (também ela adepta do 'f' no fim!). É uma receita muito simples, mas que requer algum cuidado na cozedura. O forno tem de estar à temperatura certa, e não pode ser aberto antes do tempo - se tudo for seguido à risca, fica óptimo.

Uma nota sobre as quantidades - a minha forma é relativamente pequena. Se usarem uma forma de Molotof normal, precisarão de cerca de 8 claras. Para ajustar as quantidades, basta usarem 30g de açúcar e 1 minuto de forno por cada clara - portanto, com 8 claras serão 240g de açúcar e 8 minutos de cozedura. Usando estas proporções, não deverão ter grandes dificuldades.

Cheesecake de romã | Pomegranate cheesecake

04/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Quis preparar uma sobremesa diferente para a noite da Consoada, passada em família. Lembrei-me de um cheesecake, que era algo que já não fazia há algum tempo. E, já agora, que fosse um cheesecake cozido, que nunca tinha experimentado cozinhar. A cobertura tinha de ter alguma ligação ao Natal, o que me fez pensar imediatamente na romã, um fruto com ligações simbólicas ao Natal e às suas tradições. A ideia estava pronta, só faltava alguma pesquisa - acabei por encontrar esta óptima receita no Mel’s Kitchen Cafe, que saiu perfeita, e que de certeza que utilizarei como base para outros cheesecakes no futuro. Demora algum tempo, e convém começar a ser preparado de véspera, mas vale bem a pena!

Duas notas em relação aos ingredientes: o sour cream (natas azedas) é muito fácil de encontrar em Londres, mas mais complicado em Portugal. Sendo assim, acabei por usar crème fraîche para o recheio, e iogurte grego para a cobertura (porque me enganei nas quantidades e já não tinha crème fraîche suficiente…). Resultou bem, mas mantenho o sour cream na receita em baixo. Em relação ao sumo de romã, tive um problema semelhante - é fácil encontrar garrafas de sumo de romã natural em supermercados ingleses (só mesmo o sumo, sem mais nenhum aditivo), mas complicado em Portugal. Acabei por comprar algumas romãs a mais e por fazer o meu próprio sumo, triturando as sementes com uma varinha mágica e passando num passador de rede fina para retirar as grainhas. Ao todo usei 4 romãs para conseguir as sementes necessárias para a massa do cheesecake, a decoração e o sumo.

Gelado de figo | Fig ice cream

24/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Andava à procura de receitas de gelados de Outono quando encontrei, no site da Saveur, esta receita de gelado de figo. Atraiu-me o gelado em si, de aspecto cremoso, misturado com aquele vermelho vivo dos figos - e atraiu-me a receita, que parecia simples e sem necessidade de grandes complicações para fazer brilhar o sabor. Tinha de experimentar.

O gelado é mesmo bom, pelo menos para quem gosta de figos. E é tão simples - a base é um gelado de nata, que só por si já é uma pequena maravilha, cremoso como poucos. Juntando-lhe a polpa dos figos desfeita numa calda de açúcar e mel, obtém-se um gelado que apetece comer e repetir, com uma textura perfeita, um sabor doce e perfumado, ideal para as noites cada vez mais frias deste Novembro.

E era mesmo disso que eu estava à procura - o perfeito gelado de Outono!

Bolo de chocolate e azeite | Chocolate and olive oil cake

22/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Desde que vi esta receita no Smitten Kitchen, o incontornável blog da Deb Perelman (a sério, sigam-na se ainda não o fazem) que fiquei mortinho por experimentar. Para já porque o bolo tinha um aspecto delicioso, mas também pelos ingredientes, que eram fora do normal, pelo menos para mim. Um bolo sem manteiga, sem ovos, com azeite - e uma colher de vinagre!

Os dias iam passando, e a receita enchia-se de comentários de pessoas que tinham experimentado o bolo - e adorado. E a minha vontade de tentar também crescia com eles. Acabei finalmente por fazê-lo, seguindo fielmente a receita, com a única excepção da decoração - A Deb Perelman usa apenas a cobertura, mas achei que ficava bem juntar alguma fruta e não me arrependi! Gosto muito do toque fresco e sumarento das framboesas em conjunto com o chocolate. Aliás, usei as framboesas da segunda vez - o bolo é tão bom que já o fiz duas vezes (e da primeira vez usei mirtilos, que também ficaram óptimos).

Espargos com cebolinha e queijo de cabra | Asparagus with spring onions and goat's cheese

26/10/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Nunca me canso de dizer isto - as coisas simples são tantas vezes as melhores. Pegar num molho de espargos, numas quantas cebolinhas, num bom queijo de cabra e, num instante, ter uma entrada destas pronta. Fresca, saudável, apetitosa.

A receita não é minha - encontrei-a num fantástico livro publicado pela Riverford, uma empresa que entrega cabazes e produtos orgânicos sazonais aqui em Inglaterra, com uma óptima qualidade e muita variedade. O livro é uma colecção de receitas para vegetais de Primavera e Verão (há também uma versão de Outono e Inverno) e é muito bom para tirar ideias sobre o que fazer com aqueles legumes que trouxemos do mercado porque tinham mesmo óptimo aspecto.

Uma nota sobre o queijo de cabra - o melhor é usar um queijo que seja duro e fácil de esfarelar. No meu caso usei um queijo de cabra tipo cheddar, envelhecido em gruta, que é uma pequena maravilha, mas qualquer outro serve - e se não encontrarem de cabra, podem facilmente substituí-lo por outro que vos pareça bem.