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Almôndegas com cogumelos

26/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



aqui falei do livro "The Family Meal - Home Cooking With Ferran Adrià", uma pequena maravilha que reúne as receitas que a equipa do El Bulli fazia para as suas próprias refeições antes de começarem a servir os clientes no restaurante. Tudo o que experimentei deste livro valeu bastante a pena - e é uma forma simples de podermos dizer que sabemos fazer receitas de Adrià (ninguém precisa saber que não são exactamente as que toda a gente imagina).

Este é mais um bom exemplo - simples, rápida, e uma maravilha de sabores. Vão precisar de uma boa salsicha fresca - nesta receita falei das salsichas inglesas, e da óptima variedade que há por cá. Em Portugal, contudo, não é tanto assim, mas usem a melhor salsicha fresca que encontrarem que de certeza que ficará bom. O alho, as ervas, os cogumelos, o vinho, a salsa - tudo isso vai compor o sabor e ajudar ao resultado final.

Uma nota só em relação ao alho - a julgar por este livro, Adrià é doido por alho. Eu gosto muito, mas não tanto. A receita original usa 12 dentes de alho para 6 pessoas, eu reduzi para 4, mais ou menos um ou outro (o alho vai sempre mais ou menos a olho, confesso...).


Frango caramelizado | Caramelised chicken

12/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Em final de 2006 (caramba, como é que já passaram quase 12 anos?!...) visitámos o Vietname, uma viagem que fica para sempre na memória por todas as diferenças que a Ásia tem em relação ao nosso cantinho. Um país não se esgota na sua culinária, mas obviamente que esse é sempre um ponto fortíssimo da sua cultura, e que diz muito sobre a sua história e tradições. No Vietname, a cozinha é extraordinária, muitas vezes simples na confecção, mas muito variada nos ingredientes e sabores - com o omnipresente molho de peixe a pairar sobre todos eles.

Os pratos caramelizados são muito comuns no país - seja carne de vaca, porco, frango ou até peixe. Lembro-me de um porco caramelizado que comemos na cidade de Hué e que estava tão bom que na segunda noite voltámos ao mesmo restaurante para comê-lo mais uma vez. Por tudo isto, este é um tipo de comida que faço sempre com muito prazer, para poder voltar às memórias daquele país e daquela cultura, nem que seja durante um bocadinho, o tempo que dura uma refeição.

Esta receita segue a inspiração vietnamita e é muito simples de fazer. É um prato bonito e que apetece repetir e repetir - a combinação do caramelo doce com o molho de peixe salgado com os sabores do gengibre, do alho e das cebolinhas é irresistível. Para acompanhar, fiz um arroz basmati que, não sendo exactamente vietnamita de origem, ficou aqui bastante bem.

Spaghetti alla Puttanesca

05/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Uma das receitas clássicas de massas italianas (hei-de trazer mais umas quantas), a puttanesca é praticamente um dos símbolos de Nápoles, onde foi inventada no século passado. Dispenso-me de fazer comentários ao nome (até porque não há consenso sobre as suas origens, embora haja várias histórias mais ou menos verosímeis, como seria de esperar num nome tão... enfim... colorido), mas não de elogiar esta combinação de ingredientes - como todas as melhores massas de Itália, é simples e perfeita. São quatro ingredientes principais (mais uns quantos para ajudar): tomate, alcaparras, anchovas e azeitonas. Só isto - e não precisa de mais.

A receita é fácil e rápida, e ideal para um dia em que apeteça um pouquinho do sul de Itália sem grandes complicações.

Pizza de cogumelos portobello, taleggio, tomate seco e manjericão | Portobello mushrooms, taleggio, sun-dried tomato and basil pizza

26/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Pizza. É preciso dizer mais?…

Sim, claro que é :-) A receita de massa que sigo é a mesma que expliquei aqui. Como disse na altura, faço sempre massa a mais e congelo o que sobra - assim, quando queremos fazer uma refeição de pizza, basta lembrar-me com antecedência e deixar a massa a descongelar. Depois é só pensar nos ingredientes para a cobertura, e o resto é rápido.

Desta vez, quis usar cogumelos. Os portobello combinam muito bem com o taleggio, queijo italiano de vaca, produzido na zona da Lombardia (e partes do Piemonte e Veneto), de aroma intenso mas sabor suave. Para finalizar, juntei tomates secos e umas folhas de manjericão para refrescar. Como da outra vez, as quantidades são vagas - as coberturas das pizzas fazem-se a olho…

Pad Thai com cogumelos | Mushroom Pad Thai

13/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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O Pad Thai é um prato típico tailandês de massa de arroz, com inúmeras variações em termos de ingredientes, mas sempre com um sabor intenso dado pela mistura do tamarindo com o molho de peixe e o sumo de lima.

Nesta versão, usei cogumelos em vez dos mais tradicionais camarões, o que o transformou quase num Pad Thai vegetariano, não fora o molho de peixe - este pode ser substituído facilmente por molho de soja se quiserem uma versão ovo-lacto-vegetariana.

É um prato simples, rápido e muito saboroso - óptimo para juntar à lista de pratos a preparar naqueles dias em que apetece qualquer coisa especial, mas sem ter de passar horas na cozinha!

İmam Bayıldı

06/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Ainda hoje, quase 30 anos passados, nos referimos em família àquelas férias como “A Viagem”, assim mesmo, em maiúsculas. Foi uma verdadeira aventura - cerca de 40 dias a conduzir pela Europa fora, uma Europa muito maior e mais fechada em 1991 do que é hoje. O ponto mais longe a que chegamos foi Istambul, uma mistura entre Europa e Ásia, entre oriente e ocidente, que nos marcou de diversas formas.

Uma delas, que ainda hoje traz recordações, foi a comida. Quando estamos em família e nos lembramos d’A Viagem, é comum alguém recordar-se de uma refeição que fizemos em que não fazíamos ideia do que estávamos a comer (não é fácil perceber turco e não havia Google Translate para ajudar…) mas sabíamos duas coisas: não havia carne e era delicioso. Lembro-me de beringelas e sei que adorei. Não faço ideia se era este İmam Bayıldı ou outro prato qualquer, mas ficou-me sempre a ideia da cozinha turca ser diferente e muito interessante.

Foi também por isso que me apeteceu experimentar esta receita. Gosto de beringelas, mas não as uso muitas vezes - e um prato cujo nome significa “O Imã Desmaiou” pareceu-me ser uma boa oportunidade de voltar a cozinhá-las. Há duas versões sobre o nome do prato - uma diz que um imã turco gostou tanto deste prato que desmaiou ao prová-lo. A outra diz que o imã desmaiou ao aperceber-se da quantidade - e do custo proibitivo - de azeite que a sua mulher usava para cozinhar este prato todos os dias…

Investiguei várias receitas, mas acabei por seguir esta, do Yotam Ottolenghi que, não sendo turco, conhece a fundo este tipo de cozinha. É uma receita simples, mas só com coisas boas - beringela, tomate, pimentos, algumas especiarias, tudo cozinhado em bastante azeite. Simples, diferente - e capaz de fazer imãs desmaiar!

Favas com carne de porco e enchidos | Broad beans with pork and cured sausages

02/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Eu sei, eu sei, não estamos exactamente na época das favas… Mas o congelador é o melhor amigo dos produtos portugueses para quem está noutro país - tínhamos congelado um saco de favas que a minha sogra nos trouxe durante uma visita no ano passado, e achei que estava na hora de usá-lo. Até porque todas as alturas são boas para um bom prato de favas!

Esta receita é basicamente a mesma que já fazia há quase 11 anos, quando a publiquei no Cozinha com Tomates - afinal de contas, em receita vencedora não vale a pena mexer muito, e esta fica óptima assim. A única grande diferença foi no ramo de cheiros - só arranjei hortelã e coentros, mas idealmente teria também juntado casca das favas e folhas de alho-francês. Se os tiverem à mão, juntem também.

Satay singapurense | Singaporean satay

22/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Há três anos, tive a oportunidade de visitar Singapura por duas vezes, em trabalho. Na última noite da primeira visita, segui a recomendação de um amigo e fui experimentar o Satay da zona do Mercado Velho (Lau Pa Sat). É uma experiência única - o mercado fica num edifício histórico, com mais de 100 anos, em pleno centro financeiro da cidade-Estado. Por dentro é uma área de refeições, com várias bancas de tipos diversos de comida - mas é por fora que vale a pena conhecê-lo. À noite, uma das estradas que circunda o mercado é fechada ao trânsito. Montam-se mesas e cadeiras ao longo da estrada e instalam-se as bancas de Satay. São várias bancas, todas elas com grelhadores a carvão, a preparar este prato típico asiático. Basta encontrarmos uma mesa, sentarmo-nos, fazer o pedido, de preferência com uma cerveja fresca a acompanhar, e deliciarmo-nos. Infelizmente, aquela era a minha última noite e não pude repetir - mas quando voltei a viajar pela segunda vez, fiz questão de lá voltar. E não me arrependi.

O Satay é um prato típico do sudeste asiático, provavelmente de origem indonésia, mas com variantes em vários países. Em cada um a receita é diferente, mas consiste geralmente em espetadas (que podem ser de vários tipos de carne, peixe, marisco ou até tofu), acompanhadas por um molho, quase sempre à base de amendoim - aliás, este molho foi ganhando o nome do prato, e é comum chamar-lhe simplesmente molho de Satay. A variante de Singapura é deliciosa, até pela sua aparente simplicidade. São espetadas pequenas, de frango, vaca, borrego ou camarão, acompanhadas do molho de amendoim e de uma salada simples, apenas de cebola-roxa e pepino cortados em pedaços, sem tempero. Só isto - e não é preciso mais nada, a não ser a cerveja, que as noites ali são incrivelmente quentes e húmidas.

No entanto, apesar desta simplicidade, os sabores são intensos e, para os conseguir, é preciso encontrar os ingredientes certos e ter algum tempo para deixar a carne marinar. Idealmente, também dá jeito ter um grelhador a carvão mas, à falta de melhor, uma frigideira grill também serve (foi o que usei). A receita foi adaptada de um livro que trouxe de lá - “The Little Singapore Cookbook”, de Wendy Hutton -, que tem uma óptima colecção de receitas locais. A cozinha de Singapura é uma mistura muito interessante das tradições malaias, chinesas e indianas, dando origem a variações e misturas de técnicas e sabores que só a enriquecem - e este Satay é uma perfeita porta de entrada.

Salmão com molho de alho, limão e manteiga | Salmon in garlic, lemon and butter sauce

16/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Tal como já aqui escrevi, o salmão é um dos (poucos) peixes que por cá se consegue encontrar facilmente e de boa qualidade. Por isso mesmo, acabo por voltar a ele mais vezes do que provavelmente voltaria se tivesse a diversidade - e frescura - que temos em qualquer mercado de Portugal.

Esta receita foi adaptada de uma que encontrei aqui. É simples e saborosa - o molho de alho, limão e manteiga liga muito bem com o salmão - e usar cebolinha como toque final nunca é uma má escolha. Para acompanhar, não compliquei - juntei uns espargos cozidos em água com um pouco de sal, e ficou um prato que apetece repetir.

Frango com manteiga de amendoim | Peanut butter chicken

12/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Encontrei esta receita no site da BBCGoodFood, no qual é comum encontrar boas ideias. Andava à procura de algo diferente, mas simples, e esta receita pareceu-me uma boa escolha. Gosto muito do sabor da manteiga de amendoim neste molho. Não é exactamente um satay (que passará por aqui em breve, na versão que tradicionalmente se come em Singapura), mas é um prato fácil de fazer e cheio de sabor.

Acompanhei com arroz basmati, que é uma óptima combinação.

Frango com cuscuz | Chicken with couscous

09/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Fiz esta receita num Domingo. Estava a nevar em Londres - começou logo de manhã e manteve-se por boa parte do dia. Apetecia ficar em casa, de aquecimento ligado, sem grandes aventuras pela rua. Mas primeiro era preciso pensar no almoço.

Aproveitei uma pausa na neve para ir num instante ao supermercado. Tinha encontrado esta receita no site Good Food, da BBC, e parecia uma boa ideia: a combinação do frango com as especiarias, o cuscuz, o limão e as azeitonas prometia. Só precisava de meia dúzia de ingredientes e uma hora na cozinha. Comprei o que precisava, voltei para casa antes da neve recomeçar a cair e meti mãos à obra.

Os aromas encheram a casa num instante - e a promessa foi cumprida. O frango estava saboroso, o cuscuz ainda mais. Almoçámos nestes tons de amarelo, enquanto lá fora a rua e a cidade se cobriam de branco. Dias bons.

Perna de pato confitada com couve-roxa e molho de Madeira | Confit duck leg with red cabbage and Madeira sauce

24/12/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Às vezes a vontade de cozinhar um prato nasce assim - estava em viagem, em trabalho, e fui jantar com os meus colegas a um daqueles restaurantes com uma ementa onde parece caber tudo. Não tanto em número de pratos, mas em variedade de cozinhas. Havia bifes, pratos de influência italiana, outros asiáticos, outros franceses… O tipo de ementa que normalmente me faz desconfiar - quando se tenta fazer tudo, é comum não se conseguir fazer nenhuma das coisas suficientemente bem. Desta vez, contudo, estava enganado. Pedi uma perna de pato confitada - e ela chegou perfeita, com a cozedura no ponto, com couve-roxa (óptima!) e puré de batata a acompanhar, tudo equilibrado e cheio de sabor. E ficou-me a ideia de tentar fazer isto em casa. Não importava que nunca tivesse confitado pato antes - estamos cá é para experimentar e aprender, certo?

E assim foi. Pus-me a pesquisar receitas, a cruzar ingredientes e tempos, a buscar ideias de vários sítios e a alinhavar o que me parecia uma boa versão da receita. Sabia que ia precisar de tempo, embora não fosse necessariamente uma receita difícil. Finalmente, chegou o fim-de-semana ideal - comprei o pato, preparei-o de véspera, e, no domingo de manhã, pus mãos à obra. A manhã inteira a preparar o pato, a couve, o molho - e tudo planeado para ficar pronto mesmo à hora de almoço. Correu bem. E valeu a pena.

O pato fica óptimo, tenro e saboroso. A couve-roxa é uma receita a repetir, um acompanhamento óptimo, com a maçã e os restantes sabores a intensificar o sabor da couve (e que vale a pena fazer em maior quantidade e guardar, aguenta muito bem aquecida em dias seguintes). O molho de vinho da Madeira dá o toque final. Ah, e tal como no restaurante, acrescentei também puré de batata, servido à parte. Não é um prato rápido que se faça de impulso, precisa de planeamento, mas acreditem, vale mesmo o esforço.

Só uma nota final sobre mixed spice - esta é uma mistura de especiarias comum em Inglaterra, que contém geralmente canela, noz-moscada, pimenta-da-Jamaica e pode incluir também cravinho, sementes de coentros e gengibre. Pode ser feita facilmente em casa, misturando este tipo de especiarias. É uma combinação também bastante utilizada por aqui em bolos e receitas de Natal.

...E, por falar em Natal - um óptimo Natal para todos os que nos lêem!! :)

Barriga de porco com maçã caramelizada e puré de feijão e maçã | Pork belly with caramelised apples and butter beans and apple purée

13/12/2017

Escrito por | Written by Bruno



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A barriga de porco (ou entremeada) é uma das minhas peças preferidas. Principalmente feita assim, num bom assado, lento, para que a carne fique a desfazer-se na boca, e a pele fique crocante e estaladiça (a que aqui chamam crackling e que nunca pode faltar num bom assado de porco).

A maçã é um acompanhamento clássico para a carne de porco - resolvi juntá-la a dobrar: em fatias caramelizadas em manteiga e açúcar, e num puré óptimo, com feijão-manteiga, que pode ser aproveitado como acompanhamento em vários outros pratos. Ficou tudo óptimo!

Salsichas no forno com batatas e pimentos | Roast sausages with potatoes and red peppers

05/12/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Um Domingo preguiçoso, lá fora faz frio, os dias cada vez mais curtos. É de manhã, um dos rapazes está numa aula de rugby com a mãe, eu estou em casa com o outro rapaz, é preciso preparar o almoço, qualquer coisa que não dê muito trabalho (é um daqueles dias que pede coisas simples), mas que seja aconchegante, porque as temperaturas não ajudam e o céu está demasiado cinzento para comidas mais frescas.

Vou ao supermercado, trago batatas, pimentos e cebolas roxas - podia ter trazido beringela ou courgette, ou quaisquer outros vegetais que apetecesse usar. Trago também salsichas de porco frescas, seis delas com cebola roxa caramelizada, outras seis com maçã (tal como disse aqui, a variedade de salsichas frescas em Inglaterra é uma pequena maravilha).

Volto para casa, preparo os ingredientes, ponho no forno, deito vinho branco num copo, entretanto chega a mãe e o rapaz mais novo, e está o almoço praticamente pronto - e o Domingo passa-se melhor.

Caril de camarão | Prawn curry

27/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Num daqueles dias em que nos apercebemos que já não falta muito para o almoço e não temos nenhuma ideia sobre o que fazer, encontrei esta receita na revista do supermercado Waitrose. E ainda bem - é um prato simples de fazer, muito saboroso, e que deu uma refeição aprovadíssima.

Acompanhei com arroz basmati, cozinhado num pouco de óleo de coco, para dar sabor.

Lombinho de porco com batata-doce e castanhas | Pork fillet with sweet potato and chestnuts

20/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Chegou o Outono, e com ele os ingredientes próprios da época. A temperatura desce (enfim, pelo menos aqui em Londres) e começa a apetecer outro tipo de comidas - comida aconchegante, que nos aqueça e nos ajude a enfrentar os dias cada vez mais curtos.

Este prato tem alguns dos melhores sabores de Outono, e a vantagem de ser um prato de forno - ideal para preparar, deixar a cozinhar e ir conversar, ou abrir uma garrafa de vinho, ou petiscar qualquer coisa enquanto se espera. Comida simples, comida generosa e boa. Ah, e o molho do assado é extraordinário - é melhor ter algumas fatias de um bom pão à mão, porque vai apetecer molhá-lo na travessa...

Cheeseburger com bacon | Bacon cheeseburger

17/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Há alturas em que os hamburgers de fast food (McDonald's, Burger King, Five Guys…) são uma escolha válida, principalmente quando o tempo é um factor importante. No entanto, em termos de hamburgers, a minha preferência vai para as hamburgerias que tratam a comida um pouco melhor - e com um pouco mais de tempo -, seja para combinações de sabores mais clássicas (o hamburger simples, o cheeseburger) ou mais elaboradas, onde a criatividade consegue criar algumas ideias bem interessantes. Aliás, a multiplicação de restaurantes oferecendo aquilo a que acabou por se chamar “hamburger gourmet” é um bom sinal de que o fast food deixou de ser a única opção generalizada - e todos nós ficamos a ganhar.

Sendo uma comida tão simples - carne picada no pão -, o hamburger é extraordinariamente versátil. Fazê-lo em casa tem a vantagem de podermos escolher exactamente os ingredientes que queremos usar e em que quantidades, ajustando o sabor final ao gosto de cada pessoa. Vale a pena preparar uma quantidade maior de hamburgers do que a que planeamos usar, congelando alguns para próximas refeições. Assim, sempre que voltar a apetecer, basta descongelar, preparar os acompanhamentos e cozinhar tudo - e essa é a parte rápida. Não tanto quanto o fast food, mas muito mais saboroso.

Neste caso, não inventei muito - este hamburgers são basicamente cheeseburgers com bacon. Mas têm alguns toques interessantes - a cerveja adicionada ao hamburger, o molho com whiskey a ir um pouco para lá de uma simples mistura de maionese e ketchup…

Claro que não é a mais saudável das escolhas para um almoço. Mas, às vezes, sabe mesmo bem.

Penne improvisados com cogumelos, chouriço, pesto e pistácios | Improvised penne with mushrooms, chouriço, pesto and pistachios

06/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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A 25 de Outubro de 2005, em Roma, foi fundada a International Pasta Organisation, uma associação internacional sem fins lucrativos de produtores de massa. Talvez a acção mais visível desta associação tenha sido propôr o dia da sua fundação para ser o Dia Mundial da Massa - World Pasta Day. A ideia pegou e, a cada 25 de Outubro, as secções de curiosidades de alguma imprensa - bem como contas de Instagram e Facebook por esse mundo fora - enchem-se de conteúdos sobre a pasta, um dos principais legados que Itália deu ao mundo.

Nunca liguei a este dia, mas este ano apeteceu-me "celebrar", cozinhando massa - embora só a esteja a publicar hoje, esta foi a receita que fiz no dia 25. E é uma comida ideal para fazer a um dia de semana - é uma massa que já faço há anos, sempre adaptada ao que tiver no momento. Já a fiz com pinhões, com chouriço fuet, com halloumi, com outros tipos de massa - e hei-de fazê-la com muitas outras variantes. Mas desta vez saiu assim - cogumelos, chouriço, pesto e pistácios. Acho que o Dia da Massa não terá ficado com razões de queixa!

Asas de frango com cogumelos | Chicken wings with mushrooms

02/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Há uns anos, encontrei numa loja um livro de culinária que não conhecia e que me pareceu muito interessante. Chamava-se "The Family Meal - Home Cooking With Ferran Adrià" e era um livro de receitas do famoso cozinheiro espanhol, mas em vez de serem as receitas que servia no El Bulli (que ainda estava aberto na altura), o livro apresentava antes as receitas que a equipa do restaurante preparava para as suas refeições antes de começarem a servir os clientes. Assim sendo, são receitas simples, agrupadas em ementas de entrada, prato principal e sobremesa, e fáceis de fazer por qualquer pessoa em casa. Ainda assim, como não podia deixar de ser num livro de Ferran Adrià, há aqui variantes interessantes sobre pratos clássicos. E até hoje, das receitas que experimentei, nenhuma saiu mal e todas valeram bem a pena.

Esta é uma das receitas do livro. O frango fica óptimo, os cogumelos combinam muito bem - e não é nada difícil. Não há aqui a famosa cozinha molecular de Adrià, só comida simples, honesta e generosa. E às vezes é mesmo isso que apetece.

Pizza caseira com tomate, burrata, presunto e manjericão | Homemade pizza with tomato, burrata, prosciutto and basil

23/10/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Pizza é sempre uma boa opção para aqueles dias em que não se tem tempo para (ou não apetece) fazer nada muito elaborado. É prático mandar vir ou cozinhar uma pizza de supermercado já pronta, mas a melhor opção é sempre fazer a nossa própria pizza, de preferência de raiz, com massa caseira.

Fazer massa de pizza é muito menos complicado do que pode parecer à primeira vista. Demora algum tempo, porque a massa tem que fermentar (idealmente de um dia para o outro), mas a vantagem é que se pode fazer mais quantidade do que a que precisamos, congelando o excesso. Assim, de cada vez que vos apetecer pizza, só têm de se lembrar de deixar uma bola de massa a descongelar.

Outro ponto importante é o forno - acho que não estou enganado se disser que a maioria das pessoas não tem acesso fácil em casa a um forno a lenha (se tiverem, óptimo!). Sendo assim, um forno normal tem de servir, embora não consiga gerar uma temperatura tão elevada. Há algumas técnicas para conseguir que a massa coza perfeitamente, por cima e por baixo - usar uma pedra de cerâmica, por exemplo. Ou usar uma frigideira de ferro - liga-se o grill do forno na temperatura máxima, leva-se uma frigideira de ferro ao lume do fogão até estar bem quente e coloca-se a massa da pizza, já estendida, na frigideira durante cerca de um minuto, para que coza por baixo. Enquanto coze vão-se colocando os vários ingredientes sobre a massa e, no final, mete-se a frigideira directamente no forno, na prateleira de cima, para que o grill coza o topo da massa. Como infelizmente não tenho nem uma pedra de cerâmica nem uma frigideira de ferro, não pude experimentar estas soluções, por isso usei a melhor alternativa - liguei o forno na temperatura máxima, tendo primeiro invertido um dos tabuleiros. Assim que a temperatura chegou ao máximo, passei para o grill, também no máximo. Estendi a pizza sobre uma folha de papel vegetal, retirei o tabuleiro invertido do forno e coloquei a pizza sobre ele (mantendo-o invertido, ou seja, a pizza ficou sobre o fundo do tabuleiro). O tabuleiro deverá estar tão quente que começa a cozinhar a base da pizza. Coloquei então os ingredientes da cobertura e levei novamente ao forno para terminar de cozinhar. O resultado não é o mesmo que o de um forno a lenha, mas é suficientemente bom para uma pizza caseira.

Uma nota final sobre os ingredientes - as quantidades para a massa dão para 4 pizzas de tamanho médio. Geralmente faço sempre esta quantidade, mesmo que só use o necessário para uma ou duas pizzas - envolvo o resto da massa em película aderente e congelo, para usar noutro dia. Quanto aos ingredientes para a cobertura, indico apenas o necessário para uma pizza. As quantidades são muito vagas, porque geralmente uso o que tiver à mão. A cobertura de uma pizza não é uma ciência exacta e ponho sempre os ingredientes a olho - umas colheres de molho de tomate, uma mozzarella ou outro queijo semelhante (desta vez usei burrata, que é mais cremoso) "rasgado" com as mãos sobre a massa, uns tomates-cereja, umas fatias de presunto, algum manjericão. Usem esta lista mais como inspiração - e mudem o que vos apetecer.