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Pavlova enrolada com pêssegos e mirtilos | Rolled pavlova with peaches and blueberries

09/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Eu sei, eu sei, já é a terceira receita do livro Sweet que trago para o blog em pouco tempo (depois do bolo de coco, amêndoa e mirtilos e do bolo de ameixa merengado), mas que querem, o livro é mesmo bom!

Para além do mais, tinha claras para gastar e pensei que era a desculpa ideal para experimentar uma pavlova pela primeira vez. Esta sobremesa é relativamente simples - uma base de merengue, coberta com um creme (geralmente natas batidas) e fruta. O nome é uma homenagem à bailarina russa Anna Pavlova, e a Austrália e a Nova Zelândia disputam-lhe a autoria. Há dezenas de receitas por aí, mas esta do livro de Yotam Ottolenghi e Helen Goh é interessante por ser uma pavlova enrolada - depois de cozer o merengue, este é coberto de frutas e enrolado como se fosse uma torta.

A receita pode ser adaptada facilmente a quaisquer outras frutas - aliás, no livro são usadas amoras em vez de mirtilos, mas eu preferi assim e correu bastante bem. Dependendo da época, outras frutas serão sempre bem-vindas. O resultado final é divinal - esta quantidade dá para uma pavlova de tamanho bastante considerável, mas acreditem que não vai durar muito. Pelo menos aqui desapareceu num instante!

Bolo de ameixa merengado | Plum and meringue cake

02/03/2018

Escrito por | Written by Bruno



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aqui falei do Sweet, o livro de Yotam Ottolenghi e Helen Goh, que é uma verdadeira perdição, com vários tipos de sobremesas, todas elas com um ar que apetece arrancar das fotografias e comer imediatamente.

Esta é mais uma das receitas do livro, que correu muito bem. É um bolo com três camadas diferentes, cada uma a acrescentar sabor ao resultado final: primeiro, uma base de bolo, simples e com sabor a coco ralado; a seguir, uma camada de ameixas, que assam devagar no forno, deixando o sumo cair no bolo, tornando-o húmido e saboroso; finalmente, a terminar, uma gloriosa camada de merengue com amêndoa laminada. Cada fatia é uma pequena maravilha - e a receita adapta-se facilmente a quaisquer outras frutas da época que quiserem usar.

Gelado de maçã e canela | Apple and cinnamon ice cream

15/02/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Um destes dias dei por mim a olhar para a fruteira, cheia de maçãs, e a pensar no que poderia fazer com elas.

Pareceu-me bem tentar um gelado, até porque nunca tinha experimentado fazer um de maçã. O tempo por aqui está frio, mas isso não é desculpa para não fazer gelados (caso contrário, pobre da indústria sorveteira britânica!...). Saiu um gelado cremoso, com um aroma inconfundível a canela, e com a surpresa de encontrar pequenos pedaços macios de maçã lá pelo meio. Uma maravilha!

A base que usei foi a mesma do gelado de figo que já aqui publiquei: um gelado de nata simples, mas perfeito. Depois basta juntar o sabor que quisermos dar ao gelado - neste caso, as maçãs cozidas com açúcar, canela e um pouquinho de noz-moscada.

Bolo de coco, amêndoa e mirtilos | Coconut, almonds and blueberries cake

30/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Sweet, o novo livro de Yotam Ottolenghi e Helen Goh, é um daqueles livros que apetece comer. A capa, as fotografias lá dentro, tudo tem um óptimo aspecto - e a variedade de receitas é grande, de biscoitos a bolos, passando por gelados, cheesecakes e outros.

Um destes fins-de-semana “estreei” finalmente o livro. Era um daqueles dias de Inverno londrino, cinzento e chuvoso, em que não apetece ir à rua - a casa está quente, há um filme na televisão, há música na cozinha e o forno já está ligado, à espera. Esta receita foi a escolhida - um bolo sem grandes complicações, com bons ingrediente e ideal para aquecer o espírito.

Pudim Molotof | Molotof pudding

26/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Tal como escrevi aqui, depois de ter publicado receitas de Bolo de Bolacha e Salame de Chocolate, faltava-me uma para completar a Santíssima Trindade das Sobremesas de Festas de Aniversário dos Anos 80 - o Pudim Molotof, claro está. E, antes que alguém me corrija, eu escrevo assim, Molotof, com 'f' no fim. Há alguma discussão sobre a origem do nome, e eu tomo por boa a que vem no Ciberdúvidas, que diz o seguinte:

O nome original deste doce é «pudim Malakof» e está relacionado com a guerra da Crimeia que decorreu em 1854 e 1855.

Malakof é o nome de uma fortaleza que protegia a cidade de Sebastopol. O general francês Pélissier tomou esta fortaleza e recebeu o título de duque de Malakof. É uma sobremesa de tempos de guerra, visto que é feita com claras de ovo. Por exemplo, em Portugal, é frequente fazermos este pudim para aproveitarmos as claras que sobram da receita do pão-de-ló, que usa apenas as gemas dos ovos.

Durante a guerra de 1939-45, notabilizou-se como ministro dos Negócios Estangeiros da URSS Vyacheslav Mikalovich Skriabine, dito Molotov na clandestinidade. Foi com este nome que passou a ser conhecido internacionalmente. Provavelmente por confusão com este nome, o povo português passou a designar também esta sobremesa por «pudim Molotov».


Seja como for, toda a minha infância este foi o pudim "Molotof", dito e escrito desta forma, e custa-me mudar para um 'v'. É suavizar o doce, como se lhe tirássemos o caramelo e parte do açúcar. Por isso, deixo-o ficar assim.

A receita que usei foi a da Dolce Rita (também ela adepta do 'f' no fim!). É uma receita muito simples, mas que requer algum cuidado na cozedura. O forno tem de estar à temperatura certa, e não pode ser aberto antes do tempo - se tudo for seguido à risca, fica óptimo.

Uma nota sobre as quantidades - a minha forma é relativamente pequena. Se usarem uma forma de Molotof normal, precisarão de cerca de 8 claras. Para ajustar as quantidades, basta usarem 30g de açúcar e 1 minuto de forno por cada clara - portanto, com 8 claras serão 240g de açúcar e 8 minutos de cozedura. Usando estas proporções, não deverão ter grandes dificuldades.

Pastéis de nata | Pastéis de nata (Portuguese custard tarts)

19/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Fazer pastéis de nata em casa é muitas vezes um desafio inglório. É difícil ter um resultado como os das melhores pastelarias, porque a temperatura conta muito. A menos que se tenha um forno de pasteleiro em casa, será impossível atingir as temperaturas de 350° ou mais que garantem os resultados perfeitos que estamos habituados a comer. Mas, apesar de tudo, podemos aproximarmo-nos. E poder ter um pastel de nata quentinho e com o creme no ponto é algo que vai mesmo valer a pena.

A receita que usei vem no Lisboeta, o muito recomendado livro do chef Nuno Mendes, do qual já aqui falei na receita de pão com chouriço e nozes. O livro é mais do que um livro de receitas lisboetas - ou inspiradadas por Lisboa. É também um tratado sobre o dia-a-dia, a cultura e os hábitos da cidade e dos seus habitantes, cheio de textos do próprio Nuno Mendes e fotografias de Andrew Montgomery. Vale bem a pena folheá-lo - e apetece experimentar todas as receitas.

Voltando aos pastéis, o creme é óptimo e isso é logo meio caminho andado. Não fiz a minha própria massa folhada, comprei já feita - mas se quiserem aventurar-se na vossa própria, então avancem e provavelmente o resultado será ainda melhor!

Cheesecake de romã | Pomegranate cheesecake

04/01/2018

Escrito por | Written by Bruno



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Quis preparar uma sobremesa diferente para a noite da Consoada, passada em família. Lembrei-me de um cheesecake, que era algo que já não fazia há algum tempo. E, já agora, que fosse um cheesecake cozido, que nunca tinha experimentado cozinhar. A cobertura tinha de ter alguma ligação ao Natal, o que me fez pensar imediatamente na romã, um fruto com ligações simbólicas ao Natal e às suas tradições. A ideia estava pronta, só faltava alguma pesquisa - acabei por encontrar esta óptima receita no Mel’s Kitchen Cafe, que saiu perfeita, e que de certeza que utilizarei como base para outros cheesecakes no futuro. Demora algum tempo, e convém começar a ser preparado de véspera, mas vale bem a pena!

Duas notas em relação aos ingredientes: o sour cream (natas azedas) é muito fácil de encontrar em Londres, mas mais complicado em Portugal. Sendo assim, acabei por usar crème fraîche para o recheio, e iogurte grego para a cobertura (porque me enganei nas quantidades e já não tinha crème fraîche suficiente…). Resultou bem, mas mantenho o sour cream na receita em baixo. Em relação ao sumo de romã, tive um problema semelhante - é fácil encontrar garrafas de sumo de romã natural em supermercados ingleses (só mesmo o sumo, sem mais nenhum aditivo), mas complicado em Portugal. Acabei por comprar algumas romãs a mais e por fazer o meu próprio sumo, triturando as sementes com uma varinha mágica e passando num passador de rede fina para retirar as grainhas. Ao todo usei 4 romãs para conseguir as sementes necessárias para a massa do cheesecake, a decoração e o sumo.

O Primeiro Gomo da Tangerina | The First Tangerine Segment

19/12/2017

Escrito por | Written by Bruno



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A terra é grande / É pequenina / Do tamanho apenas da tangerina / Quem mata e morre / Nunca percorre / Os caminhos do que há de melhor / Nesse sumo / A vida, gomo a gomo
(Sérgio Godinho, O Primeiro Gomo da Tangerina)


A ideia veio do nada - provavelmente porque tinha tangerinas em casa. E porque não? A panna cotta presta-se sempre a estas combinações, a inventar coberturas que elevem as natas cozidas ao nível que merecem. À medida que o ano avança e as estações mudam, também mudam as possibilidades, com novos ingredientes e outras frutas a aparecer. Desta vez foram as tangerinas, numa calda doce e de cor forte, a dar mais sabor a uma panna cotta simples, só com o coco a acrescentar uma nota diferente.

A enfeitar, um gomo apenas. Como o primeiro, o da canção.

Gelado de figo | Fig ice cream

24/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Andava à procura de receitas de gelados de Outono quando encontrei, no site da Saveur, esta receita de gelado de figo. Atraiu-me o gelado em si, de aspecto cremoso, misturado com aquele vermelho vivo dos figos - e atraiu-me a receita, que parecia simples e sem necessidade de grandes complicações para fazer brilhar o sabor. Tinha de experimentar.

O gelado é mesmo bom, pelo menos para quem gosta de figos. E é tão simples - a base é um gelado de nata, que só por si já é uma pequena maravilha, cremoso como poucos. Juntando-lhe a polpa dos figos desfeita numa calda de açúcar e mel, obtém-se um gelado que apetece comer e repetir, com uma textura perfeita, um sabor doce e perfumado, ideal para as noites cada vez mais frias deste Novembro.

E era mesmo disso que eu estava à procura - o perfeito gelado de Outono!

Bolo de chocolate e azeite | Chocolate and olive oil cake

22/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Desde que vi esta receita no Smitten Kitchen, o incontornável blog da Deb Perelman (a sério, sigam-na se ainda não o fazem) que fiquei mortinho por experimentar. Para já porque o bolo tinha um aspecto delicioso, mas também pelos ingredientes, que eram fora do normal, pelo menos para mim. Um bolo sem manteiga, sem ovos, com azeite - e uma colher de vinagre!

Os dias iam passando, e a receita enchia-se de comentários de pessoas que tinham experimentado o bolo - e adorado. E a minha vontade de tentar também crescia com eles. Acabei finalmente por fazê-lo, seguindo fielmente a receita, com a única excepção da decoração - A Deb Perelman usa apenas a cobertura, mas achei que ficava bem juntar alguma fruta e não me arrependi! Gosto muito do toque fresco e sumarento das framboesas em conjunto com o chocolate. Aliás, usei as framboesas da segunda vez - o bolo é tão bom que já o fiz duas vezes (e da primeira vez usei mirtilos, que também ficaram óptimos).

Marshmallows de framboesa | Raspberry marshmallows

10/11/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Não sendo propriamente um doce tradicional em Portugal, os marshmallows são bastante populares aqui em Inglaterra, especialmente em feiras ou festas - e principalmente nos meses frios. São óptimos aquecidos sobre fogo até começarem a derreter, e, se feitos em casa, sabem ainda melhor. São também bastante versáteis, sendo fácil acrescentar sabores à receita-base, que não é mais que uma mistura de açúcar, claras em castelo e gelatina.

Esta receita saiu bem, e rendeu cerca de 30 a 40 marshmallows. Usei um maçarico para os queimar, mas a chama do fogão também serve bem. Ou uma fogueira ao ar livre, se tiverem acesso fácil a uma!

Uma nota sobre o golden syrup - este é um tipo de calda de açúcar invertido, que ajuda a evitar que se formem cristais de açúcar, logo ajuda a que o ponto de rebuçado esteja estável e suave. Em alternativa, pode-se usar corn syrup ou xarope de glucose.

Bolo de limão e mirtilos | Lemon and blueberry cake

20/10/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Há dias ideais para fazer bolos. Geralmente ao fim-de-semana, quase sempre ao domingo à tarde - talvez para tentar prolongar mais um pouco o dia, para melhorar o lanche, para não pensar na segunda-feira que está quase a chegar. Ou, simplesmente, porque sim. Não são precisas grandes razões para fazer um bolo.

Este bolo é simples, rápido e saboroso. A massa não tem floreados, mas os mirtilos e a cobertura glacé de limão dão-lhe todo o sabor. Vai uma fatia?

Encontrei a receita original no Kitchen Stories.

Mini panna cotta de maçã e amora | Apple and blackberry mini panna cotta

06/10/2017

Escrito por | Written by Bruno



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A cozinha italiana é uma das minhas paixões e tem sido uma influência constante na forma como vou aprendendo a cozinhar. É uma cozinha simples, despretensiosa e generosa, que aproveita os bons ingredientes das melhores formas. Tem muitos pontos de contacto com as nossas tradições, o que faz com que seja fácil e interessante cruzar ideias e sabores e ver o que sai. Para além de tudo isto, é também uma cozinha com óptimas sobremesas!

A panna cotta é um óptimo exemplo. Com um nome que significa literalmente "natas cozidas", é quase só isso - natas, açúcar e gelatina, fervidas durante algum tempo, e levadas ao frigorífico para solidificar. Mas essa aparente simplicidade esconde um potencial criativo enorme - porque o sabor da panna cotta está principalmente na cobertura que usamos, e aí há todo um mundo para explorar e inventar.

Já não fazia esta sobremesa há muito tempo e pus-me a pensar no tipo de cobertura que poderia usar. Sabia que queria usar frutas, mas não tinha a certeza quais. Ao olhar para o que tinha na cozinha, as maçãs chamaram-me a atenção, por não ser uma combinação muito habitual com esta sobremesa. A partir daí, foi só arranjar mais alguns sabores, pensar em quantidades e experimentar. E saiu bem!

Gelado de pêssego e amêndoa amarga | Peach and bitter almonds liqueur ice cream

22/09/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Esta foi uma daquelas receitas que aparecem sem sabermos bem de onde. Ao passar numa mercearia de bairro, olhei para as bancas de fruta na rua, reparei no óptimo aspecto dos pêssegos e pensei no que poderia fazer com eles. Não sei porquê, mas veio-me à cabeça não só a ideia de fazer um gelado, mas também a combinação exacta de sabores - gelado de pêssego com amêndoa amarga. O pêssego combina bem com o sabor da amêndoa - é bastante comum encontrar receitas de pêssegos assados com os biscoitos italianos amaretti, por exemplo -, mas nunca tinha experimentado em gelado. E digo-vos, vale bem a pena.

Para o gelado, adaptei a receita do Perfect Scoop, o livro de gelados do David Lebovitz, mas acrescentando o licor de amêndoa amarga e os amaretti. Para servir, enfeitei com amêndoa laminada e um fio de mel, mas estes são perfeitamente opcionais - este gelado é óptimo comido simples, directamente do recipiente. Aliás, difícil vai ser não acabar com ele todo de uma vez!

Salame de chocolate | Chocolate salami

18/09/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Depois de há dias ter feito um bolo de bolacha, fiquei com vontade de tentar outras sobremesas clássicas, ou pelo menos aquilo a que poderíamos facilmente chamar a Santíssima Trindade das Festas de Aniversário dos Anos 80 - bolo de bolacha, salame de chocolate e pudim Molotov. O pudim fica para depois, porque hoje é dia de salame.

Diz a Wikipédia que o salame de chocolate é típico em Portugal e Itália - não faço ideia quanto aos italianos, mas em Portugal é omnipresente. E de forma justa, porque é impossível resistir a uma combinação de chocolate e bolachas, certo? Ainda para mais, é simples de fazer em casa e permite algumas variações interessantes para quem quiser ajustá-lo mais ao seu gosto.

Ao fazer pesquisa para o salame (que nunca tinha cozinhado antes), encontrei a receita do Pretty.Simple.Sweet. que me chamou a atenção e que resolvi experimentar. Gostei muito do resultado final, mas as crianças lá em casa queixaram-se que “não sabe ao mesmo que comemos em casa da avó”, referindo-se ao salame de supermercado. Percebo-os: esta receita é muito menos doce, visto que usa bolachas digestivas e chocolate negro, que é muito mais amargo. O sabor está perfeito para mim, não tanto para eles. Mas quem preferir um salame mais doce, pode facilmente substituir o chocolate negro por chocolate de leite e/ou as bolachas por bolacha Maria, aproximando mais o resultado do salame mais tradicional.

Bolo de bolacha | Biscuit cake

11/09/2017

Escrito por | Written by Bruno



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O bolo de bolacha é um verdadeiro clássico. É um dos bolos mais simples de fazer, mas a simplicidade esconde um sabor que faz parte da minha infância - e, desconfio, da infância de muitos mais (provavelmente porque não havia festa de anos onde não houvesse um bolo destes).

Foi só quando fui para Lisboa que descobri o outro bolo de bolacha, com natas e doce de ovos, mas nunca me convenceu. Falta-lhe tudo o que este tem: o sabor do café e o creme de manteiga. As bolachas esmigalhadas por cima, para dar textura. O prazer de cortar uma fatia e ver aquelas camadas de bolacha no interior. Tudo isso faz parte da maravilha que é este bolo - e para mim, o outro não chega perto.

Estava com saudades e fiz um no fim-de-semana. Segui a receita da Bíblia do Pantagruel - e, como sempre, não falhou.

Eton Mess rápido | Quick Eton Mess

10/08/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Andava à procura de uma receita para uma sobremesa simples, rápida, e que pudesse ser servida assim, numa taça pequena ou num copo.

Encontrei este Eton Mess no Giraffes Can Bake, um site que tem muitas e boas receitas para experimentar (o link já está adicionado na lista ali ao lado, que tem vindo a crescer desde que comecei este blog).

O Eton Mess é uma das sobremesas tradicionais inglesas, à base de suspiro, natas e morangos. Diz a lenda (absolutamente falsa, como todas as boas lendas) que, num jogo de críquete no Eton College, um cão atirou ao chão a cesta de piquenique que tinha uma pavlova de morango para a sobremesa, tendo ficado a sobremesa completamente desfeita. Os rapazes não se importaram, comeram-na mesmo assim, e acharam que estava ainda melhor. Nascia assim o Eton Mess. Histórias à parte, é uma sobremesa simples de fazer, ainda para mais nesta versão, que fica pronta num instante e é um bom final para uma refeição.

Pêras bêbedas com creme de mascarpone e amêndoa amarga | Poached pears with mascarpone and bitter almonds liqueur cream

09/08/2017

Escrito por | Written by Bruno



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Ah, pêras bêbedas! Uma das minhas sobremesas preferidas e que andava esquecida há que tempos! Não sei bem porquê, mas lembrei-me delas e foi tanta a vontade que tive de ir comprar pêras e mascarpone para fazer esta receita.

Originalmente fazia um creme simples de mascarpone, só o queijo e açúcar, mas desta vez pareceu-me bem inventar um pouco. Amêndoa combina bem com pêras, por isso porque não pegar naquela garrafa de amêndoa amarga que está ali guardada e juntar um pouco? A ideia pareceu-me boa, e resultou bem. A quantidade de licor é pouca, mas suficiente para se notar o travo da amêndoa, a complementar bem as pêras.

E é justo - se as pêras estão bêbedas, então que o creme também esteja. Afinal de contas, beber sozinho nunca tem tanta graça.

Tiramisù

07/08/2017

Escrito por | Written by Bruno



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A cozinha italiana é uma das minhas principais inspirações, desde que a descobri em Milão, onde trabalhei durante 10 meses, num projecto em 1999. Na altura eu era um pequeno selvagem - caramba, eu cortava esparguete com a faca! Lembro-me de deixar vários colegas italianos horrorizados ao verem-me cortar massa, o que para um italiano é algo tão mau - que digo eu? pior ainda! - quanto cortarem-lhes a própria mãe. Mas entretanto fui aprendendo algumas coisas: a enrolar esparguete no garfo, a fazer um risotto em condições - e a fazer Tiramisù.

Uso a mesma receita desde que a descobri, publicada no blog italiano Anice & Canella, que, infelizmente, já não é actualizado desde 2014. Tal como a Paoletta escrevia no post, receitas de Tiramisù há às centenas, e há discussões intermináveis sobre qual a forma correcta de o fazer - com ou sem álcool, com claras ou natas,... Na verdade, como em tantas outras receitas, não há uma receita-padrão, e as variações regionais são normais e bem-vindas. É essa variedade que torna a culinária mais interessante e surpreendente.

De qualquer forma, esta receita é simples e resulta sempre bem. Gosto especialmente dos pedaços pequenos de chocolate, que acrescentam textura e sabor. É raro encontrá-los noutras variantes, mas fazem bastante diferença.

Sorvete de manjericão com morangos em calda de limão | Basil sorbet with strawberries in lemon syrup

02/08/2017

Escrito por | Written by Bruno



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A ideia de um sorvete de manjericão pode parecer bizarra para quem nunca o provou, mas este é provavelmente o mais fresco sorvete que sei fazer. O manjericão e a lima resultam na perfeição, e combinam perfeitamente com os morangos.

Publiquei esta receita inicialmente no Cozinha Com Tomates, já lá vão oito anos, e ainda a faço exactamente da mesma maneira. Na altura, adaptei a receita do sorvete desta receita do La Tartine Gourmande, e os morangos estão no "The Perfect Scoop", o livro do David Lebovitz que é a minha bíblia de gelados.

Sempre que faço esta receita lembro-me que o David Lebovitz tem no livro um gelado de salsa. Quando passo por essa página acho sempre que nunca experimentarei fazê-lo porque... enfim... gelado de salsa? Mas a verdade é que se o gelado de manjericão é assim tão bom, se calhar devia mesmo tentar o de salsa. Um destes dias. Talvez.